segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ternura Docente



Em época de temores, raivas contidas ou incontidas, desinvestimentos profissionais, cansaços, abandonos, baixar de braços, deixar - andar, cada vez mais a minha serenidade, o meu investimento, as minhas sinergias ao serviço d’Eles razão única e exclusiva do meu EU docente. Assim nas minhas poucas natalícias férias, rever alguns destes filmes, junto ao aquecedor, que lareira não tenho, não como medicamento para azia, ou lenitivo psicológico, mas sim estilo “cobertorzinho” quentinho e da serra, ainda por cima aconchegadinho com a minha T Companheira de caminhada e os meus três grandes parâmetros avaliativos de vida M, F e E. Claro que a música - voz dessa deusa canadiana Loreena Mckennitt estará sempre convidada a passear cá pelos meus interiores salões que ela tão bem conhece.

Este "vídeozinho" foi realizado por mim e enquadra-se nas “brincadeiras” que todas as semanas vou mandando aos meus queridos colegas de Departamento, porque como Coordenador, sou adepto da chamada Departamental Ternura, e nada da departamental ditadura. Os textos são meus, lírico, parvo e velho que vou ficando, com todos os vícios inerentes à “mimice” do suave declínio, á doçura achocolatada dos sentidos. Verdade que em relação à minha classe, também gosto muitas vezes de avinagrar um pouco os cozinhados, porque de comida insípida docente anda muita gente farta!

Dedico este trabalhinho a todos os meus colegas Professores e Professoras sonhadores, os tais Ícaros que não desistem, mesmo com asas a derreterem, que sabem sacar desta bela melodia solar que é ser Professor, o bom quente da música de se Ser, de se ter uma Profissão única e irrepetível. Os outros, aqueles que se sentem funcionários, que se deixam interiormente funcionalizar, que vão ficando por serem assim ou por opção, “homens-mulheres-a-dias” que afirmam peremptoriamente que deixaram de amar, o que amado foi (o que duvido, porque amar ser Professor, é como andar de bicicleta, ou amar grande companheira - nunca esquece, quando muito adormece!), paciência, não lhes posso dedicar nada, não são da minha luta, do meu sentir, da minha profissionalidade. Talvez apenas um lento e longo olhar imenso de incompreensão - compreensão, nada mais!

7 comentários:

JMA disse...

É exactamente assim que entendo (e procurei praticar durante alguns anos...) a função de coordenador de departamento...

Paideia disse...

Lindo, o olhar de quem vê assim.

Teresa Martinho Marques disse...

Sou adepta fervorosa da ternura... voto nela todos os dias... é este o olhar que nos mantém vivos e imunes ao impensável...

Teresa Pombo Pereira disse...

Gostei. Muito. Mesmo.

Anônimo disse...

Obrigado! Esta é uma excelente maneira, tão linda... de nos recordar (e não deixar esquecer...) a força que a ternura tem...

Jorge P disse...

Muito interessante o vídeo, caro colega. Ah, surgem aí um ou dois filmes que não conheço! Tenho de passar pelas tuas estantes um dia destes....
Muita emoção em ser prof, sem dúvida, na "quietude inquieta" deste olhar!
Um abraço

Sara Oliveira disse...

!!!