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sábado, 24 de dezembro de 2011

RUY BELO, NATAL

A Poesia deste Homem, os seus escritos marcaram-me, marcam-me de uma maneira profunda e especial. Retorno vezes sem conta à Terra da Alegria, que deve ficar perto de Aquele Grande Rio Eufrates. Um texto belíssimo, polémico, mas de um cariz cristão tão certeiro, tão fecundo que deveria ser objecto de reflexão de todos que se dizem cristãos, sobretudo os de sacristia, os soberbos e vaidosos papa-hóstias, os "sacerdotes-lacoste" ou acácios - barrigácios ( e meu deus, como a igreja ainda os vai tendo!).

Um texto longo, de leitura nada fácil, mas de iluminações certeiras e súbitas. "Tremeluzências" nesta escrita maravilhosa de Ruy Belo. Para quem tiver paciência de...

Agora parto para os MEUS, para aquilo que vale a pena. Tudo deles e neles aconchegado em MIM. Pertenço-lhes na infinidade. Nem é uma questão de dádiva, é um questão de SERMOS. Uma família é isto, será sempre isto se o lutarmos de o ser.




REFLEXÕES SOBRE O NATAL

"Aí temos mais uma vez o Natal. Chega inexoravelmente, como o cair das folhas ou a velhice. Veio éramos nós pequenos, vem hoje que a vida passou por nós, continuará a vir amanhã independentemente de nós. O que de nós depende é recebê-lo ou não. Transmitiram-no-lo os nossos pais, olhámo-lo originalmente com esses olhos lavados que trouxemos ao mundo, capazes ainda da grande intensidade de uma primeira visão. Que terá acontecido depois? Os dias repetiram-se, alguma coisa ruiu perto de nós. Continuará a vir o feriado nacional ou a festa da família, mas não há nada que nasça dentro de nós, como antigamente. E, no final do ano, nem teremos coragem de deitar pela janela fora as coisas velhas, porque ficaríamos nus. Foi Natal lá fora, nos outros, mas em nós ninguém nasceu. Talvez ombros alheios nos tenham contagiado uma certa animação por essas ruas engalanadas, um vago sentimentalismo ter-nos-á empurrado para dentro de um comboio, a caminho da família, da quinta ou da aldeia.


Nunca, é certo, o Natal foi tão municipal como hoje. A Câmara interessa-se sinceramente pelos seus vizinhos e manda erguer em sítios bem visíveis presépios colectivos, procede à iluminação feérica das ruas, faz vigiar convenientemente o trânsito. Mas ou não há espaço para uma salutar solidão ou a solidão que nos invade é simplesmente nossa, não há quem, superior a nós, diferente de nós, a povoe. Não sabemos ou esquecemos em nome de quem nos reunimos.


E, no entanto, a vinda de Deus à terra renova todas as coisas. Ai de nós se Cristo não tivesse nascido na nossa terra! Seria inútil e ilusório qualquer outro nascimento. Nenhuma outra cidade nos estaria prometida. A realidade dificilmente aceitável destes pobres dias não encobriria nenhuma autêntica realidade. Esta nossa inadequação ao quotidiano, esta vida quebrada, a desconexão de todos os gestos presentes, de todos estes acontecimentos, esta condição pesada do homem não se poderiam identificar em relação a nenhuma pátria perdida.


Sem Cristo, nem mesmo a história teria sentido ou conteúdo. Cristo reconcilia-nos com Deus, só ele de entre os homens merece atrair a atenção de Deus sobre esta pobre humanidade apeada da sua primitiva grandeza. Ele é o Verbo, a palavra de Deus. Se Deus nos falou pelos profetas é porque nos haveria de falar pelo seu filho. Sem Cristo nenhum homem poderia conhecer Deus nem Deus repararia nos homens. O mundo seria um mundo implacavelmente fechado, entregue às suas rígidas leis. Nesse mundo dito de uma vez para sempre, nenhum rosto nos teria sorrido nem indicado caminho algum.


O Natal é um pouco isto e muitas outras coisas difíceis de dizer assim. Ainda hoje, ou se comemora o nascimento de Cristo ou e inútil comemorarmos os mais belos sentimentos, os mais nobres ideais. A possibilidade de Cristo vir estava no inicio dos tempos Não é por mera questão de ordem que contamos o tempo relativamente à vinda de Cristo. O dia 25 de Dezembro e por isso o centro do ano. Nele se comemora o facto histórico, humano e sobrenatural ao mesmo tempo, que deu inicio a nossa era e conteúdo e significado a toda a história anterior e futura. De tal maneira que o ano de 1959 marca o tempo que decorreu entre a encarnação do filho de Deus e os dias que vivemos. Festejamos uma vinda, um regresso. Nessa donzela da nossa raça que dá à luz um filho, nessa aceitação e reconhecimento generosos de Deus estão todas as nossas grandes capacidades, toda a nossa generosidade. A menor ansiedade quotidiana o menor desejo de renovação que por vezes nos assalta ao virar uma esquina, no meio desta nossa cidade, é símbolo desse desejo de Deus.


Dia 25 de Dezembro, dia de Natal. Só secundariamente se lhe pode chamar dia da família. O que começou por congregar as pessoas foi o Menino Jesus, foi ele que as fez vir de longe, de terras distantes e de absorventes cuidados, para se debruçarem sobre esse Deus desprotegido, mais admirável por essa aceitação por essa confiança no mundo e nos homens do que pela absoluta pobreza em que quis nascer. Só mais tarde, ao levantar os olhos dessa figura absorvente de criança, os membros da família terão reparado que se encontravam unidos. Deixaram de olhar para Deus e passaram a olhar uns para os outros. E assim se veio perdendo o sentido do Natal. De tal maneira que hoje, por esses jornais, por essas simples agendas fora, o Natal tende a ser a festa da família. Esqueceu-se que há uma realidade por trás de todo o movimento de gente que enche os comboios, sobrecarrega de trabalho o serviço dos Correios e requer a intervenção do Grémio dos Lojistas para decretar horas especiais de encerramento do comércio. Na alegria das crianças, no aconchego dos lares, no colorido das ruas, oculta-se um mesmo motivo a aproveitar por todo aquele que não quer virar o rosto às realidades.


Mera questão de palavras? É possível que sim. No entanto, a gramática está longe de ser um instrumento tão inocente como poderia parecer à primeira vista. Por trás da gramática esta a lógica e para além dela a vida. A palavra é um bem perigoso, porque dá testemunho da realidade. É tarefa vã, mas possível e tentadora agir sobre os termos para deteriorar os conceitos e desviar a inteligência e a memória das situações que lhes deram origem. Não se nos antolha coisa fácil modificar do pé para a mão todo um vocabulário que a filosofia e a vida cristã ergueram e fizeram petrificar lá onde mesmo o rosto se desviou; mas não se pode esperar que o homem humilde da rua vá à raiz da palavra beber a vida. Urge facilitar-lhe a tarefa, desimpedir-lhe o caminho.


Purificar os termos, restituir as festas ao seu significado, além de profunda tarefa cristã, é empreendimento de bem e de verdade Não chega acolher no íntimo Cristo, nem sequer homenageá-lo na intimidade do lar. É preciso dar-lhe lugar na vida, abrir-lhe caminho na rua, nestas ruas e caminhos onde ele também se cansou, não como nós nos cansamos dos homens, mas por autêntico e natural cansaço. O Natal não é mera questão de coração ou de sentimento, embora também o seja. Não se trata de um mero «símbolo eterno», como é possível se diga nos jornais e depois o leitor tome como verdade. Não se celebra uma cerimónia, nem tão-pouco se cumpre um simples ritual. Oxalá as crianças pudessem ver nas pessoas crescidas que hoje somos a certeza de um ideal vivido. Haveremos de brincar com as crianças?



Aí se anuncia o nascimento de Cristo, que encontrou um historiador probo e fiel em São Lucas, capaz de satisfazer os exegetas racionalistas do século passado. Festejar é repetir, reviver um acontecimento. Dá por vezes tristeza ver, entre outras coisas, que os cartões de boas-festas chegam a não conter a menor alusão ao Natal Em vez disso, trazem-nos as paisagens geladas do Norte que nenhum coração aquece, mostram-nos árvores que as nossas crianças nunca viram. Tudo isto por se imitar servilmente. Experimente alguém perguntar seja a quem to quem e esse pobre velho de barbas brancas à porta de certas lojas. Pobre Menino Jesus da minha infância! Que é feito desse antigo Natal português, cristão? António Feijó queixar-se-ia hoje desse «Domingo triste, protestante e frio», sentiria porventura saudades dos «Dias santos de sol católico-romanos» ?


Fazer ver estas coisas equivale, parece-nos a nós, a pôr os pontos nos ii. Urge, nestes tempos modernos, aproximar a vida da verdade. Chamar as coisas pelo seu nome é garantir às crianças, que nesta quadra nos olham mais nos olhos, um mundo de amanhã melhor. Temos de restituir as palavras às situações, as festas ao seu significado, as cerimónias ao verdadeiro sentido. O Natal é o Natal cristão. Não há outro. Onde não é Cristo que nasce, não há Natal. Pode a família reunir-se em volta do madeiro, rasparem as crianças o tacho onde se fez o arroz doce, encherem-se de brinquedos os sapatos na chaminé. Se Cristo não nasce, o Natal passará e nós continuaremos órfãos. Não nascemos de novo, porque não nasceu Cristo em nós, na nossa casa, entre a nossa família, na profissão, no trabalho.


Nesta altura, é também de uso aparecerem nos jornais eruditos senhores a discutir. Presépio ou árvore do Natal? — eis um dos temas obrigatórios de disputa. Ainda não há como as crianças para resolverem estes sisudos problemas. Experimentem perguntar-lhes. Responderão certamente: os dois. Ainda o ano passado, houve um desses senhores que sabem muito destas coisas que chamou ao presépio privilégio dos ricos. Talvez não o dissesse por mal, mas para escandalizar este ou aquele, ou para ter que dizer na altura de escrever o obrigatório artigo semanal. Para afirmar uma coisa destas, é preciso desconhecer a cristã origem do presépio. Introduziu-a santo não mais rico do que Francisco de Assis, no ano de 1223. Assim o relata Joannes Joergensen, ao dar-nos a conhecer as palavras com que o santo pobre exprimiu a sua resolução a João Veilita:

«Penso festejar contigo a santa noite de Natal, e ouve lá a ideia que eu tive: no bosque', perto do nosso eremitério, encontrarás uma gruta perdida entre os rochedos; instalas aí uma mangedoura cheia de feno, levas para lá um burro e uma vaca, para ser tudo exactamente como em Belém. Pois quero, ao menos uma vez festejar a sério a vinda do Filho de Deus à ferra e ver, com os meus próprios olhos, como ele quis ser pobre e miserável quando nasceu por amor de nós.»

Foi este o primeiro presépio.


O espírito do Natal é este. Se o vivermos assim, ou se pelo menos tivermos o desejo sincero de examinar a forma como o temos vivido, o Natal não passará em vão. Porque se Cristo nasceu sozinho, também nos não terá aproveitado ele ter nascido. E depois de termos nascido com ele, já não teremos olhos para as coisas deste mundo donde não somos, apesar de estarmos."

Ruy Belo , Obra Poética de Ruy Belo, Volume 3, Editorial Presença

quarta-feira, 3 de março de 2010

COBARDES e...COBARDIAS

Da notícia do suicídio de um miúdo de doze anos em Mirandela

Peço perdão pelos erros, mas isto vai de enxurrada, porque preciso de deitar para fora a raiva e tristeza que me oprimem!


Desde já aviso que posso ter algumas críticas a fazer à minha escola e algumas tenho, que escolas perfeitas não há, mas há uma que seria de uma injustiça atroz: acusar a minha escola de muito do que escrevo à frente! Estou numa escola que no campo da disciplina me orgulha imenso! Tenho uma Direcção Executiva daquelas que pudemos apelidar “de gancho”, firme, convicta, de ideias bem definidas sobre disciplina e que não está com contemplações para casos de indisciplina grave ou muito grave. Segue a Lei e pronto! Não tem complexos, de ...nem usa Xau, ou Omo para branquear as situações menos cómodas no campo disciplinar que os temos, não muitos, felizmente. Pedagogia quando precisa, afago necessário e preciso, mão férrea quando inevitável! Os alunos sabem-no porque fama sem proveito, ora bolas! Já agora, com óculos na ponta do nariz , mas uma Direcção Executiva, toda “Mulherio” e ainda bem!


Idem para a Psicóloga, que tem feito na minha modesta opinião um trabalho muito bom e bastante profícuo na ajuda a alguns alunos.


Ah! Nem sei se me lêem, elas não precisam de “unto” as colegas da DE, nem eu, que estou bem posicionado para o tal topo! Não queria chegar lá era como o valente João Garcia!





É um filme que passo nas 2 Turmas CEF que tenho e que suscita sempoe largo e produtivo debate. Sobretudo, deixa algumas cabeças mais duras, um bocadinho menos!


É um filme que eu aconselhava a todos os COBARDES do meu País no que diz respeito à Escola Pública: Chama-se Precisamente “COBARDES” de Jose Corbacho e Juan Cruz cujo argumento retrata uma situação de Bullying numa escola espanhola. Ao longo do filme os cobardes tomam rosto seja nas figuras dos pais, de professores, de directores e obviamente na dos alunos agressores.



Cobardes, completa e irremediavelmente cobardes, sejam-no por implicação directa, sejam por omissão, quando não o são por ocultação.
Geralmente calmo, estou a escrever num estado terrível de tristeza, mas ao mesmo tempo atacado de uma raiva, que me tem consumido vai para dias.


Hoje, o caso inacreditável, do suicido do garoto da Luciano Cordeiro, de Mirandela, na semana passada , o caso da miúda de uma Secundária do Montijo (salvo erro), e as lembranças do martírio que vai para poucos anos uma míuda atacada por cancro, sofreu às mãos de duas ou três miúdas numa escola de Rio Tinto (também salvo erro) e por aí fora.



Depois, depois... vejo declarações inenarráveis do representante bem-falante e pimpão da Associação de Pais da escola do Leandro a afirmar que... : "não há registos", "não há ocorrências" "brincadeiras normais dos miúdos", para na reportagem da semana passada ver um putativo Director Executivo da dita Secundária (só o aspecto televisivo de iletrado fazia dó, a que somado ao “caguinçhas” do palavreado, assustava) a tentar defender duas ou três alunas “pataqueiras” agressoras, para limpar a sua escola com detergente branco mais branco não há, a que somo nas parcelas uma luminária de uma Federação de Pais a culpar os Professores pelas Reformas falhadas que por isso... (não liga “cu com calças”) e outra não menos luminária de uma outra Confederação de Pais a defender que isto com mais funcionários e técnicos resolvia-se, como se analisar um problema desta tragicidade se pudesse resolver com mais e mais.



Mas confesso que espero ouvir mais nos dias que aí se aproximam, ou seja,os miúdos agressores, estavam esfomeados de afectos, tinham traumatismos profundos de telemóvel de 2ª geração, ainda não tinham televisor LCD, tinham a psicose do “beijo aprisionado”, sofriam do falta do apego maternal de Bolwy, eram possíveis integrantes de CEF(s), que o caso não estava bem explicado e que seria o Leandro com a sua timidez e falta de reacção a “Bullyar” os gunazitos cagões, “hércules de sanita” que se sentiam ameaçados e por aí fora, ou seja, as desculpabilizações, o passar a mão no pêlo pelos agressores, ou as análises esfarrapadas de Psicólogos de pacotilha e de mansa voz voz e, talvez, até o aproveitamento político ou sindical.



Já agora o Reg do Aluno terá a sua culpazinha, mas como o outro...não se culpe o que se não conhece, ou não se quer aplicar, ou ir até onde se pode ir. Que depois nas DREN...sim, claro, mas se não se tem a coragem de...como depois argumentar “de que...”? Farto, farto até à medula destas bombas de fumo com que se quer cobrir a realidade.


São quase 30 anos de serviço, caros colegas e conheço muitas cobardias, cobardias a mais no que diz respeito ao bullying. Não partilho conivências corporativo-idiotas e não tenho, nunca tive, medo das cobardias sociais e do politicamente correcto.


Ao longo da minha carreira vi ( não muitos, graças a deus!) quantos Directores de Turma, guardaram, esconderam, ou minimizam como “coisas deles”, situações de miúdos humilhados, sujeitos a extorsão, agredidos sistematicamente, quando não a culpa era virada para o agredido que era o “morcão”, o que se punha a jeito, o que provocava? Porquê? É preciso explicar a auto-estima, as “fitas métricas” da minha turma ser melhor do que a tua, o não querer “chatices”, ou a “justiça de classe”, ou seja, os meninos agressores, não são de bairros, não são gunas, mas sim “filhos de...”, de paizinhos bem-falantes, que se impõem, de classe média , bem “mérdia” ou alta e como tal...?



E alguns Conselhos de Turma, a assobiar para o ar ...era o que faltava, assuntos deles, a nossa função é ensinar...mais reuniões? E antigos Conselhos Directivos e actuais Direcções Executivas: Problemas? Onde? Sonhaste? Resolvam lá isso! Que maçada, lá se foi o ponto , a vírgula, o Decreto! Na minha Escooola, tá ver, isso não existe! Pronto, existe um “niquinho” mas não é grave! Um nariz partido, 2 dias de suspensão, “Menino...isso não se faz a um colega, percebeu?! – sobretudo com aquela voz de “linha de Sintra” que fica tão giro, tão fashion na relação Educativa, ou o Pedagógico-boçal: existe isso na minha escola? Punir os agressores nem pensar, não é essa a função da escola, e escola educa ! O ideal seria o miúdo (agredido) mudar de escola, isso era bom para ele! E para ele, Director...claro!


E as Associações de Pais...bullying? Não sei o que é, mas isso não existe! Existe aquelas brincadeiras normais de miúdos, aquelas coisas de criar músculo, de levar na cara para ser home, pois! “Atão”, organizamos umas festas giras, entregamos uns prémios, assamos castanhas, carnavalamos e bullying? Ó Senhor Professor ! Temos meia dúzia de Pais nas reuniões , estamos aqui por carolice e ainda me pergunta o que temos feito para ter mais?! Ir falar com os Pais dos agressores, denunciar estes casos, estar ao lado das vítimas...não me arranje problemas!



E a polícia? Com tantos problemas chateia-se a polícia com pancada entre miúdos? Queixa, sim minha senhora...isto vai demorar o seu tempo, vai envolver tribunal de menores! Nós somos a Polícia Segura da Escola Segura, e o o de tal bullying, não nos diz muito respeito, droga, catanas, metralhadoras, tanques MBT, ainda merecem a nossa atenção, “bomba atómica” actuamos logo, mas sabe como é! Isto agora do caceteie é só para assustar...pegamos num braço a um puto e ainda vamos presos, ou levamos com processo em cima!



E as DR ? É, é Grave! Mandaram o colega para o Hospital, o Processo Disciplinar está muito bem feito, mas transferir, pôr os dois ou três miúdos a “bulir” para outra escola, ou expulsá-los, é anti-pedagógico e traz custos políticos se os jornais sabem. Não está provado que sirva de exemplo. Mais um inquérito de semanas, manda-se um “Ténico” especializado em bullyng, e o tempo esse grande escultor acaba por enterrar o gato! Daqui a semanas já ninguém se lembra.


E os Pais dos agressores?

Bullying? Eu Não sabia ! Quer dizer, sabia, mas, mas... Mas...grande filho! Sai a mim, quando era da idade dele, rachei dez cabeças, desfiz vinte clavículas , ninguém brincava comigo! Filho de cabelos no peito , saiu ao Pai! Um Homenzarrão! Os Homens agora são uns maricas, até das mulheres levam! Ó que isto chegou! A minha, ali aparelhada, que é assim que se querem! Isto é tudo “gay” ou quê?



O meu filho, fazia isso ? É mentira, eu acredito nele, pronto! Querem prejudicar o meu rebento, o meu apolo, o meu adónis! Não gostam dele! Os professores fazem mas é bullying com o meu anjo! Uma cabala! Ele diz que não fez e o que ele diz é sagrado! Ele diz que o outro não lhe liga, que baixa a cabeça, que foge ,e isso é insultá-lo, por isso lhe arreia!



O meu filho? E vão castigá-lo?, Eu vou contratar o melhor advogado, vocês nem sabem quem eu conheço, isto é uma escola de mer...., o meu filho é superior a esta enxovia, agora percebo a categoria do privado, vou levar isto até às últimas consequências, a Bruxelas se necessário for!



O meu filho agressor? Já nem sei o que lhe devo fazer! Prometi-lhe a 3 da Playstation, já lhe tirei a ficha do computador, já o ameacei de lhe tirar a TV, mas ele ameaça fugir de casa, está-me sempre a falar do vizinho, até me vira as costas ainda no mês passado para não o ouvir lhe dei as All Stars, agora queria o tal do Iphone, mas vou castigá-lo, prometo ao Sr Director que vou : Vai ter um HTC Hero e é se quer! Dar-lhes duas chapadas?! Isso não professor, e os traumas? A gente lê para aí que há tanto traumatizado, devido a uma simples palmada no rabo dada em criança, que até fica com medo! Depois eu levei tantas e tantas professor, que não consigo!



Psicólogos (alguns) – Bem...Os agressores não o fazem por mal, nisto há uma questão fisiológica, agregada a frustrações infantis não resolutas, que levam a comportamentos psico-patológicos desviantes de risco de tal forma que não enxergam o sofrimento, ou o próprio perigo do outro que tornam Vítima! Desculpem mas isto é merda! Pode ser merda filtrada mas é merda! E os livros onde este palavreado papagaio está escrito, também os li, como se calhar até li mais, desde Lakan a Dolto!



E o 3? A Culpa é do três! Ah! Se não fosse o três!

As medidas disciplinares sancionatórias traduzem

uma censura disciplinar do comportamento assumido

pelo aluno, devendo a ocorrência dos factos em

que tal comportamento se traduz, ser participada, pelo

professor ou funcionário que a presenciou ou dela teve

conhecimento, de imediato, ao respectivo director de

turma, para efeitos da posterior comunicação ao presidente

do conselho executivo ou ao director da escola.

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c) A suspensão da escola até 10 dias úteis;

d) A transferência de escola;

4 — A decisão de aplicar a medida disciplinar sancionatória

de suspensão da escola até 10 dias úteis, é

precedida da audição em auto do aluno visado, do qual

constam, em termos concretos e precisos, os factos que

lhe são imputados, os deveres por ele violados e a referência

expressa, não só da possibilidade de se pronunciar

relativamente àqueles factos, como da defesa elaborada,

sendo competente para a sua aplicação o presidente do

conselho executivo ou o director da escola, que pode,

previamente, ouvir o conselho de turma.


5 — Compete ao presidente do conselho executivo ou

ao director da escola, ouvidos os pais ou o encarregado

de educação do aluno, quando menor de idade, fixar os

termos e condições em que a aplicação da medida disciplinar

sancionatória referida no número anterior será

executada, podendo igualmente, se assim o entender, e

para aquele efeito, estabelecer eventuais parcerias ou

celebrar protocolos ou acordos com entidades públicas

ou privadas

6 — Na impossibilidade dos pais ou o encarregado

de educação do aluno poderem participar na audição a

realizar nos termos do número anterior, a associação de

pais e encarregados de educação, caso exista, deve ser

ouvida, preservando o dever de sigilo.

8 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória

de transferência de escola reporta -se à prática de factos

notoriamente impeditivos do prosseguimento do processo

de ensino -aprendizagem dos restantes alunos da

escola, ou do normal relacionamento com algum ou

alguns dos membros da comunidade educativa.

Artigo 43.º

Competências disciplinares e tramitação processual

1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 27.º,

em que a competência é do professor titular da turma,

a competência para a instauração de procedimento disciplinar

por comportamentos susceptíveis de configurarem

a aplicação de alguma das medidas disciplinares

sancionatórias previstas nas alíneas c) e d) do n.º 2 do

artigo 27.º, é do presidente do conselho executivo ou

director, devendo o despacho instaurador ser proferido

no prazo de um dia útil, a contar do conhecimento concreto

e preciso da situação.

2 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória

de transferência de escola é da competência do director

regional de educação respectivo, observando -se, em

termos processuais, nas situações que, em abstracto,

possam justificar aquela aplicação, as regras constantes

dos números seguintes.

(...)


E podia continuar, mas já sei a reação de alguns colegas, burocracia e depois a DREN, não os transfere! Mas...SE O PROCESSO NÃO SE INICIA por preguiça porque dá trabalho, porque se sofre pressões de suas Excelências, os Directores (as), que culpa tem o 3! Que culpa tem o 3, se os Directores podem e devem em casos de Bullying, mandar dez dias para casa os agressores e na reincidência outros dez, e na continuidade dentro do espaço escolar, processo disciplinar e Transferência, porque não se actua? Porque não um primeiro aviso sério aos alunos agressores e EE e no caso de reincidência ,imediata comunicação às autoridades policiais e CPM? Porque não nas escolas desde tenra idade o incentivo dos miúdos a contarem a verdade, a não terem medo, a pedir protecção, no caso de bullying? Porque não um pacto educacional entre Docentes, Direcções Executivas, Associações de Pais e mesmo Alunos, no endurecimento das sanções contra os alunos agressores? Expliquem-me lá estes enigmas!


Voltamos ao mesmo, COBARDIA ! ENCOBRIMENTO! SONEGAÇÃO DA VERDADE ! HIPOCRISIA RELACIONAL , CLIMA DE ESCOLA ao estilo do sepulcro caiado de branco com cheiro a podre por dentro que tresanda! Em muitas escolas, o “para inglês ver é a lei, o parecer para não se ver abunda. A paz, a sacrossanta paz podre.



Depois, como não executamos bem o que temos, embora imperfeito e trabalhoso-burocrático e, na impossibilidade de campos de trabalho, açaimos ou fuzilamentos, que se calhar alguns achavam que era a solução, a culpa será sempre das “milús” das “aventuras”, ou de qualquer ministério a vir. Sabemos que não!



Que nas sociedades ocidentais se vive um infantilização-adolescentização crescente, que a autoridade, o respeito, determinados valores foram subvertidos a mínimo denominador comum-o lucro, à mesquinhez do metal, ao nojo larvar do imediatismo, do individualismo, à imbecilização social como valores-padrão, ninguém pode duvidar: Professor de História que sou, acredito nos movimentos sociais profundos, e que a corda da História estica até onde pode esticar, que um simples acontecimento, um clique qualquer, há-de levar à ruptura e a qualquer coisa que não sei definir, mas só espero que não seja ditadura, porque desse fel já bebemos e parece que o Português goste da bipolaridade paternal: ter os seus e o Grande Pai-Cruzes. Com o Professor de História sei que não se fazem revoluções de veludo ( talvez a nossa do 25 de Abril – ainda mal estudada!) fosse aveludada!



Raios de Revolução, raios de gente da minha geração que “pariu”, que “educou”, toda uma quantidade apreciável de cretinos, de imbecis, de medíocres, de corruptos, de bate-nos pais e avós, de indigentes sociais que por sua vez vão gerando brutamontes, gunice de primeira classe, pataqueirice militante, atrasadometro-sexuais, iletrados e oin-oincs feios-feias e ranhosos de Revistas Socialite, unhacas no dente e no nariz, coça-cus, comentadores de comentadores, comendadores de comendadores Goin-on, ou PT, Cristianos gunaldos, e afins! Uma náusea este país!



Era isto que queria dizer, ou talvez nada disto que queria dizer! Talvez dizer antes isto: Dor aguda cá dentro por um miúdo de 12 anos ter posto termo à vida pelo sofrimento, a humilhação causada por dois ou três colegas ( não tenho outro nome para lhes chamar, ou talvez tenha, mas o meu eduquês, a minha raiva apesar de tudo contida, não deixa). E que esta miúdo já tinha sido hospitalizado por agressões bárbaras de colegas ( ninguém sabia, foi fora da escola, coisas de miúdos-Ah! Hipócrias de vómito!) vai para um ano, e que outros Pais já afirmaram que se oculta muita coisa e que:



Deixem-se de Inquéritos e exames preliminares e conversa mole, fraldiquieira de psicologismo barato, de Drenices : Os Miúdos Agressores devem ser severamente punidos e pura e simplesmente serem transferidos de escola : escolas diferentes para cada um, simplesmente. Claro isto é simplista é populista, é isto é aquilo ! À caca com o vosso politicamente correcto!



O Bullying está claramente a aumentar nas escolas portuguesas, embora tenhamos calma: ainda é um fenómeno minoritário (não mintam colegas-sabem-no bem que é!), por isso mesmo, por ser um atentado miserável de uma minoria, respeite-se a maioria e castigue-se exemplarmente estes agressorzinhos, cobardes que são! Aqui não tem de haver respeito pelas minorias coisíssima nenhuma!


Haja coragem e nunca tente ao meu lado sugerir que é a VÍTIMA QUE DEVE MUDAR DE ESCOLA ! Hipócritas! Quem tem que ser posto a andar, quem tem de mudar de escola, quem tem de ser desenraizado É O AGRESSOR! Não invertam os termos do problema!



Não tenhamos medo nas palavras: os alunos agressores são COBARDES e é preciso soletrar-lhes isso naqueles rostos de armar "tarzan de urinol!" PUNI-LOS EXEMPLARMENTE e dar um sinal à comunidade educativa que Educar é pôr regras e ter a coragem e a imediaticidade de actuação.


Ó pais “electricistas” do meu país que “carregaram no interruptor e elas dão à luz”, podia-vos citar Badinter, Sullerot, para explicar muita coisa, nomeadamente sobre os tais instintos paternais ou maternais, mas o que queria dizer é uma coisa simples: depois da “electricidade” é preciso manter a instalação eléctrica a preceito, ou seja, ser-se Pai, ou Mãe em Construção! E que os Filhos não mandam nos Pais! E que a Autoridade é construtora da personalidade, sobre pena de tantos “ismos” futuros para os vossos rebentos.


Que estais à espera? De serdes agredidos pelos próprios filhos? De criarem os Squezze e Napoleons deste País? Vá, correi às livrarias e comprai os dois livros do Javier Urra “ O pequeno Ditador” ou o “O Que Ocultam os Filhos - O Que Escondem os Pais” – Está lá tudo!


O que pretendeis muitos e caros Pais ? O Jugo, a canga, a barra de ferro ? Que tal se...se demitissem da educação dos vossos filhos, vos pudesse ser retirado o abono de família? Se recebeis do Minímo Redimento do estado, porque não o Estado passar a dar-vos Rendimento zero? Nem vou ao extremo e exagero da Jurisprudência inglesa que vai para quatro anos levou um Juiz a dar 2 anos de prisão com pena suspensa a uma mãe que nunca tinha ido à escola do filho! Há quem defenda que ficáveis finos que nem fusos!



E Psicólogos de análises rápidas, de conversa mole, poderia também explicar-vos quem foi Bruno Bettelheim e, porque há quem lhe chame Bruttelheim, ou Bruto e até vos poderia citar “Une Vie” de Nina Sutton, ou “Bruno Bettelheim ou la Fabrication d'un mythe” de Richard Pollak, para vos mostrar alguns métodos menos ortodoxos que utilizou na Escola Ortogénica de Chicago, infelizes é um facto, mas que curaram, lá isso curaram! Mas não digo, porque ficavam a saber tanto como eu! Deixem-se da conversa, muitas vezes sem qualquer justificação científica dos traumas (deixem isso para quem sabe!) e deixem de criar temores nos Pais, de criar artificiais patologias, que eram superadas com regras desde a cama de grades, ou berço, com uma boa sapatada no rabo, ou nas mãos!



Traumatizado fico eu, só de ler alguns artigos de alguns em revistecas cor-de-rosa dirigidos aos Pais: Não FAÇA, NÂO TRAUMATIZE, CUIDADO! Preocupem-se com os Psicopatas que espancam os filhos, com os Pais que presentes é como se não existissem, que compram os filhos com toda a panóplia de materialismo, que os amam muito mas é da boca para fora, que lhes mentem, que deixam à escola aquilo que deles deveria ser! A esses não se deve passar a mão pelo pêlo, a esses, é preciso destapar o lençol e dizer as verdades na cara e na comunicação social, porque isso é maltratar uma criança, isso é criar um círculo vicioso difícil de quebrar! Esses precisam de Escolas de Pais! Que aprendam a sê-lo, já que senhores Psi...aí vai livro SÓ AMOR NÃO BASTA ! É que eu não posso dizê-lo a alguns, porque bye bye profissão, mas que me causam urticaria, causam!



E então quando se procura desculpar estes Pais com o Tempo, o Tempo!? Gaiteiros, Mentirosos! O amor, a ternura dum Pai ou de uma Mãe pode manifestar-se no segundo de um silêncio, de uma festa, de um beijo, de um “ Então o teu dia”? Mas não, as “bejecas”, o clube, as férias, os amigalhaços, a lide da casa, a querida TV , isso mais importante do que eles! Nada que em telelé não compre, nada que umas Vans ou Converse, ou uns euritos, ou uma concertozinho da banda apetecida não remedeie! Desertos afectivos alguns Pais! Querem o quê, filhos-ilhas tropicais?



Pois é, inconveniente, reaccionário, blasé que estou hoje! Eu um Homem de afectos que gosto dos eduquês e me incomodam os anti-eduquês que misturam tudo!


Um Miúdo morreu e isso deve levar mais do que a minha revolta de Pai e Professor, à nossa reflexão em humanidade. Posso estar pessimista, mas não desisto de encontrar soluções para este flagelo. E deixemos-nos de atirar tudo para os CEF, os Gangues, os bairros pobres e periféricos das grandes cidades! Claro que as psicopatias sociais existem aí em barda, mas acreditem no caso do Leandro , eram miúdos de 12 anos, não eram gangue, e se calhar pela idade nem eram do CEF! Os Professores sabem muito bem que muitos “Bullyadores” são jovens da classe média, bem sapatilhados, bem ablusados, e com as costas bem quentes, cobardes quase todos eles e elas, que perante mais uns cm de altura, borram as cuecas todas e podia contar-vos casos engraçados de como “ duas peras” bem assentes na focinheira dos agressores, dadas por outro grupo, ou irmãos da vítima, terminaram com o “assédio” em dois tempos, e os lobos viraram cordeiros mansos!



Já agora para que conste e para que se choquem: Tenho 3 Filhos, uma já na Faculdade, um no 10º e uma no 3ºAno: se qualquer deles fizesse o papel de agressor, de ave de rapina sobre algum colega, bullying, o que fazia? Punha-lhe a cara como estátua da Ilha da Páscoa!
Numa conta de multiplicar simples: 3 palmadas e uma “lapada” (como se diz no Porto)”por cada, igual a doze! Olha para eles todos traumatizados! Já estou a ver o choque o horror, (Albarran) na cara de alguns ! E podem crer que iriam a vossa casa e não saltariam para os sofás, não meteriam carrinhos na entrada do VHS (pré-história), não destruiriam telefones, não vos fariam transpirar suores frios, não gritariam histericamente, e sairiam da mesa quando eu ou a mãe deixasse! Tive sorte! Pois é corações: como na família Prudêncio: Plante que o João Garante! Eu plantei! Mas...também já vinha de boa cepa! Dos meus queridos Pais!



Sabem o que me preocupa: é que isto possa levar a uma violência infinda e que um dia, os agressores passam a vítimas de um pai, ou familiar mais tresloucado e desesperado pelas cobardias escolares e sociais com que se encara este problema. Rezo para que não!



Já agora, tenho duas turmas CEF e no tema da Responsabilidade, Autoridade, isto é discutido, analisado, claro que adaptado à miudagem. Grande ajuda o filme que citei, mas também o “Apanhas-me se Puderes” ou o Treinador Carter”, ou um Toda a verdade que gravei da SIC, sobre determinada juventude espanhola “ Geração Chaveiro”.


E pronto! Estou mais calmo! Mas os CEF, vão levar dossiês de jornais e 20m de mesa redonda, ai não se não vão com este caso!