Foi no Sábado passado, 26, nos encontros “ciclo Cultura no Centro” do piso 2 do Dolce Vita, organizados pelo Sérgio Almeida. Tarde amena, 20 pessoas, algumas idosas, ambiente sereno para recordar Eugénio nos cinco anos do seu falecimento, para pensar Eugénio, para ouvir poesia de Eugénio, para pensar que Eugénio não merecia o que está a passar com a sua Fundação, com o alarve esquecimento que um poder político de uma cidade o vota, com a mesquinhez daqueles que gostavam do Photomaton com Ele em vida e agora assobiam para o lado.
Com Grandes amigos de Eugénio, com zeladores e estudiosos da sua obra, mas sobretudo com aqueles para quem Eugénio continua vivo como um dos seres poéticos mais originais e grandiosos de toda a Poesia Portuguesa. Bem escreveu Herberto em carta particular que o Eugénio, era das poucas vozes singulares na Poesia Portuguesa contemporânea, porque é verdade, pese a expressão hiperbólica da sua admiração.
Com Arnaldo Saraiva, com Manuel António Pina, com José Emílio Nelson como interlocutores, com o excelente “diseur” que é o Pedro Piaf, as horas foram passando com a surpresa de Eugénio a sua obra estarem a viver uma espécie de limbo mediático, de reconhecimento, com “estórias” de um Eugénio, humano, demasiado humano, dentro e fora do seu ser poético, com caminhos diferenciados de percepção e análise da sua poesia, um pouco afastados da pureza, da solaridade, quando a foi muitas vezes de rispidez brutal, de sombras, de corporalidade assexuada, mesmo carregada desse erotismo clássico tão visível nos seus versos, de uma Fundação sem fundos, prestes a extinguir-se apesar dos esforços desesperados e hercúleos de quem a gere, esperemos para renascer com outro nome, de legatários e herdeiros sedentos de carcaça monetária, de uma sensação de emoção e poesia de vida poética que por ali pairou.
Foi bom ver a minha “facultativa” M ver o ouvir Eugénio, a minha “Trancinhas” encantar-se com a música de muitos versos de Eugénio, a minha “metade” sorrir com peripécias de e sobre Eugénio, e Eu irremediavelmente irritado e comovido a leste de mim, com a humanidade tão terrena do Poeta, com a sua poesia de colagem de sangue, com os “canalhas” “sacanas” e indigentes intelectuais e culturais do meu Porto, do meu País.
Duas horas tão ganhas num Centro Comercial! Momentos em que adoro o capitalismo. Tão pouca gente! Quantos Professores estariam lá? Tanta divulgação nos Jornais e cerca de 20 pessoas. Se calhar foi bom! Há determinadas dádivas que têm de ser merecidas.
Como a foi vai para dois meses a Homenagem ao Zeca Afonso em Plena Rua Passos Manuel, igualmente com muito pouca gente!
Viva o Tony Coliseu, viva o cantor das horas vagas e“picarenta falante” filósofo de sanita que o deve fazer de óculos escuros, viva o “La Feira”, os “pópós brum...brum psicanalíticos” desse portento cultural da cidade! Ah! E vivam as “vernisages” de Miguel Bombarda, tão chiques, tão copo na mão, tão cócós, tão pedantes para “pitassoaresdosreis” ou “cagadores de posta de pescada artística “comprada” de jornais de referência, e as “movidas” perdidas de bebidas e coisas mais, de Cândido dos Reis.
Adoro-te minha Cidade do Porto. Cada vez mais decadente, cada mais mais enganada na tua pretensa culturalidade, na tua pretensa animação cultural. Vou fazer como o outro... citar poesia mas não sempre a mesma para “parolo ouvir e maravilhar com tão grande sensibilidade na unha grande do pé” de Deus e do Diabo ( o grande Régio não tem culpa coitado!) , citar sim Eduardo Carneiro “ Na cidade triste/já morrem palavras!
Com Grandes amigos de Eugénio, com zeladores e estudiosos da sua obra, mas sobretudo com aqueles para quem Eugénio continua vivo como um dos seres poéticos mais originais e grandiosos de toda a Poesia Portuguesa. Bem escreveu Herberto em carta particular que o Eugénio, era das poucas vozes singulares na Poesia Portuguesa contemporânea, porque é verdade, pese a expressão hiperbólica da sua admiração.
Com Arnaldo Saraiva, com Manuel António Pina, com José Emílio Nelson como interlocutores, com o excelente “diseur” que é o Pedro Piaf, as horas foram passando com a surpresa de Eugénio a sua obra estarem a viver uma espécie de limbo mediático, de reconhecimento, com “estórias” de um Eugénio, humano, demasiado humano, dentro e fora do seu ser poético, com caminhos diferenciados de percepção e análise da sua poesia, um pouco afastados da pureza, da solaridade, quando a foi muitas vezes de rispidez brutal, de sombras, de corporalidade assexuada, mesmo carregada desse erotismo clássico tão visível nos seus versos, de uma Fundação sem fundos, prestes a extinguir-se apesar dos esforços desesperados e hercúleos de quem a gere, esperemos para renascer com outro nome, de legatários e herdeiros sedentos de carcaça monetária, de uma sensação de emoção e poesia de vida poética que por ali pairou.
Foi bom ver a minha “facultativa” M ver o ouvir Eugénio, a minha “Trancinhas” encantar-se com a música de muitos versos de Eugénio, a minha “metade” sorrir com peripécias de e sobre Eugénio, e Eu irremediavelmente irritado e comovido a leste de mim, com a humanidade tão terrena do Poeta, com a sua poesia de colagem de sangue, com os “canalhas” “sacanas” e indigentes intelectuais e culturais do meu Porto, do meu País.
Duas horas tão ganhas num Centro Comercial! Momentos em que adoro o capitalismo. Tão pouca gente! Quantos Professores estariam lá? Tanta divulgação nos Jornais e cerca de 20 pessoas. Se calhar foi bom! Há determinadas dádivas que têm de ser merecidas.
Como a foi vai para dois meses a Homenagem ao Zeca Afonso em Plena Rua Passos Manuel, igualmente com muito pouca gente!
Viva o Tony Coliseu, viva o cantor das horas vagas e“picarenta falante” filósofo de sanita que o deve fazer de óculos escuros, viva o “La Feira”, os “pópós brum...brum psicanalíticos” desse portento cultural da cidade! Ah! E vivam as “vernisages” de Miguel Bombarda, tão chiques, tão copo na mão, tão cócós, tão pedantes para “pitassoaresdosreis” ou “cagadores de posta de pescada artística “comprada” de jornais de referência, e as “movidas” perdidas de bebidas e coisas mais, de Cândido dos Reis.
Adoro-te minha Cidade do Porto. Cada vez mais decadente, cada mais mais enganada na tua pretensa culturalidade, na tua pretensa animação cultural. Vou fazer como o outro... citar poesia mas não sempre a mesma para “parolo ouvir e maravilhar com tão grande sensibilidade na unha grande do pé” de Deus e do Diabo ( o grande Régio não tem culpa coitado!) , citar sim Eduardo Carneiro “ Na cidade triste/já morrem palavras!
2 comentários:
É triste, caro EI. Sou uma das pessoas para quem Eugénio de Andrade continua BEM vivo. Eu não leio só, eu... como dizer?... eu bebo a sua poesia.
Ao teu estilo.
.
Fico no rol daqueles que não tiveram previlégio de saborear essas duas horas que te encantaram e encantaram os teus e todos os que por lá apareceram.
.
Fico com o saborear da tua prosa que me encanta.
.
Abraço!
Postar um comentário