Perdi quase metade dos meus
colegas de Departamento. Neste processo de quase loucura normal, destroçaram-me
o Meu Departamento. Mais, tornaram simples colegas com largos anos de ensino em
simples aprendizes concursantes de não saberem amanhãs de profissão.
O Meu Departamento, das raras e
se calhar das únicas relações com colegas a valer a pena por eles, com eles e
com o cargo que exerci.
Alguma coisa morreu comigo hoje.
Uma longa rua impregnada de tristeza em mim. Para eles este indigno texto
dolorosamente magoado.
Madrugada. Saio na negra fria noite.
Acolho-me em triste café de esquina,
Entreteço laços de desespero de coisa nenhuma
De que é lavrado o pior sofrimento.
Perdido deserto na perda deles
Olho longa rua de incompreensão.
Arrancar laços dói mais
Que arrancar dentes.
Criaram mais heras em mim
Do que a vegetação permite,
Não consigo desprendê-las
Não consigo desprender-me.
Choro de lágrima tímida quer aflorar
Aprisiono-a ou não?
Deixá-la regar o verde doloroso
De que é feito um Homem.
Gostar-vos.
Estreitar forma fina firme
De nunca apartar.
Ficar. Só
Gostar-vos.
Fixa e indelével pegada
Ciência que vale a pena
Amo a Arqueologia.
Estamos ali de chapéu, de chapéus
E sorriso franco
Como sabor a amoras
Doces.
Suave murmúrio ao longe. Lembro.
"É tão difícil encontrar pessoas bonitas assim",
Tão fácil aprisionar ternura vegetal
Em mim.
Passeio o meu desespero numa rua deserta.
Vocês. Frágil folha viva caída,
Pouso-a ténue sopro na palma da minha mão.
E fecho rápido e suave os dedos.
Nunca mais vos liberto...Nunca mais!
O Vosso Coordenador( e com desculpa a Ana "fotógrafa")