sexta-feira, 13 de julho de 2012
O MEU DEPARTAMENTO
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Ó Co (e) lhãozito sem sítio e mal pago
Ó rico, ó "queque de apartamento", ó que nunca soubeste o que são calos nas mãos e no cérebro muito menos porque o usas pouco, ó desditoso da sorte que ganhas tão pouco pelo muito nada que fazes, ó enfezadinho da linha, ó carreirista de aptidão e ocasião, ao menos cala-te! Farto de mau hálito fétido de boca de ogrezito.
Um "piegazito" a fazer-se de homem. O senhor forças-fraqueza, o hércules que nem precisa de ir ao Hades porque nele já arde. Coitado. "Esmoler-mor" do reino ou talvez sacador de excelência, a dar lições hipócritas de força dignitária e de quase franciscanismo salarial!
Ao menos o outro, o Platero do Juan Ramon Jimenez, era-o na sua bela sinceridade de burro e zurrava. Existem os que sendo, fazem tudo para esconder que o são, mas a sua voz trai-os!
Conhece o teu país! Conhece o teu Povo!
Chega de ruminâncias! Ou queres que vá à Bíblia? "...Igualmente, o coelho, que rumina, mas não tem a unha dividida: tê-lo-eis por impuro. ( LV 11,1-15,33)
Eu ajudo-te com esta minha foto. Embaciei o visor da Lumix! Sabes lá o que isso é!
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
DIRETORES, FÁBULAS, SURREALISMO e...afins

Não sei quem são, não os conheço nem nunca me foram apresentados. Não me interessa muito sabê-lo, muito menos conhecê-los e prazer nenhum em apresentações. Refiro-me aos presidentes das ANDAEP e da ANDE, cavalheiros mui dignos, nobres e leais das respetivas associais de diretores/dirigentes escolares. Hoje numa entrevista ao Correio da Manhã, o presidente da ANDAEP, a fazer fé nas suas palavras e como lídimo representante de muitos diretores, mostra a sua mágoa pelo tratamento a que os Diretores estão a ser sujeitos pelo atual ministério, não deixando até pelo meio de dar um rasgado elogio a uma “maravilhosa ministra” que era um poço de diálogo e até candidata á santificação. Depois a ameaça: que muitos diretores se vão demitir no final do ano letivo.
O diretor da ANDE é comedido, ponderado, mas o da ANDAEP gosta do "foguetório", das luzes da ribalta. Tenho aqui algumas entrevistas deste senhor noutros órgãos de comunicação verdadeiramente inacreditáveis e atentatórias da minha classe docente. Aliás este senhor fala sobre muita coisa, muito, demasiado mesmo... e mal. E quando digo mal, digo mesmo mal, num estilo entre o parolo e o deslumbrado que me surpreende para um diretor de uma associação deste calibre. Era preciso mais classe, mais “savoir faire” e sobretudo mais perceção da classe da qual parece estar afastado , mesmo não estando: Os professores.
Fartei-me de chorar com as suas palavras e até disposto a colaborar para um qualquer fundo de maneio para ex-diretores. Não, caro senhor…os problemas dos diretores e o chorar crocodilório de alguns tem dois nomes: mega agrupamentos e a sua avaliação de desempenho, que desagradou a dezenas e dezenas. Ora pois… vão regressar à origem, ao duro da vidinha, aquilo que nunca gostaram: a sala de aula! Tenho a certeza que alguns até regressarão com alívio para o que efetivamente sempre gostaram: ser professores, mas para muitos outros, será um verdadeiro suplício de tântalo, passar para o lado plebeu da classe. Se calhar as reformas antecipadas dispararão para ex-diretores…se calhar! Quanto às avaliações, “temos pena” , mesmo muita pena, porque isto de cotas e sentimentos de injustiça “cota” a todos” . Chatice que não mostrassem todo o seu empenho e vontade de demissão quando a malfada e miserável ADD se foi entronizando como erva daninha na classe docente. Chatice que nem agora com a avaliaçãozinha docente estilo ovelhita clonada da outra, se ouvissem grandes arrebiques de indignação dos excelentíssimos diretores! Chatice! Mas paciência: Nadem. Existe um ditado brasileiro engraçado para o dilema de alguns diretores: “em rio que tem piranha, jacaré nada de costas” – o problema de muitos é que gostaram sempre de ficar à margem.
Depois…depois o célebre 75/2008! Posso estar errado, mas não conheço nenhuma posição pública nem de diretores nem das suas associações sobre este documento. Este decreto sempre o considerei ilegal porque em contraditório flagrante com a LBSE. Um ou dois colegas (nomeadamente o Paulo Guinote) mais avisados e argutos na blogosfera docente, encarregou-se e bem de demonstrar e desmontar o equívoco, o disparate, mas muita gente confundindo amizades ou porreirismos, ou até “sucessões naturais”, com legalidade, não antecipando cenários ou mudanças, achou um mal menor e questão de “lana caprina” no meio da luta acesa contra o modelo de avaliação. Assim ficou…gostava que assim não ficasse.
Quanto às ameaças de demissão de muitos diretores, não me surpreende. Desde menino que adoro uma fábula de Esopo celebérrima: a Raposa e as Uvas ! São verdes, senhores, são verdes!
E não sei porquê, amante que sou do surrealismo português, com uma gargalhada, lembrei-me agora de um conto lindíssimo de Mário Henrique Leiria, inserto no seu “Contos do Gin Tónic”
“HISTÓRIA EXEMPLAR
.
Entrei.
– Tire o chapéu – disse o Senhor Director.
Tirei o chapéu.
– Sente-se – determinou o Senhor Director.
Sentei-me.
– O que deseja? – investigou o Senhor Director.
Levantei-me, pus o chapéu e dei duas latadas no Senhor Director.
Saí
.
[Mário-Henrique Leiria, in Contos do Gin-Tonic, 1973]
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Povo eu te Pertenço...Mas a minha Vida Não!
Um povo curioso, já pouco analfabeto, mas que uma triste escola de aprendizagem formal do ler mal, escrever pouco, e contar… só os tostões, ou dívidas, se encarregou de formatar ( que razão tinha Raoul Vaneigem!).
Um povo inculto, profundamente inculto, diria mesmo indigente de pensamento crítico à imagem e semelhança do bestiário político que nos tem governado e governará, acolitado por não menores borregos pseudo - intelectuais, asnos culturais jornalísticos, politólogos, ou simples escarradores de esquina que são os comentadores.
Claro que o povo é soberano, seja este que se prepara para manter o escroque magoador das palavras, seja o “Coiso” demente italiano, ou em 34 na Alemanha, o homúnculo doente mental de bigode patético. Massas curiosas, o tal Povo que muitas vezes me faz lembrar a máxima “ Na barba do néscio todos aprendem a rapar”, o tal povo que elege Salazar a figura da História de Portugal e que talvez aceitasse de bom grado outros “cabrõeszares” que tais.
Pois é, Povo, eu pertenço-te, mas como a canção, a minha vida não!
Desde jovem que as “massas” me arrepiam, que na quinta, pouco me atraíram porcos e carneiros, e que assumi que há “povos” no Povo. Agora será muito tarde para mudar!
Espírito pequeno-burguês, inter-classicista, berrarão alguns, furibundos. Que seja! Mas eu sou pequeno-burguês, classicista, que através da pobreza dos meus pais me esfarrapei todo para chegar a esta “pequenez burguesa”, o que já não foi mau, ao contrário de outros que se deram-venderam para chegarem ao estatuto de grandes do mesmo.
Assim, médio por classe ( e que vai pagando certa calaceirice de algum chamado povo pseudo - trabalhador, e a chula-exploração de algum apelidado empresariado e mercado financeiro) por equilíbrio e recusa da falta de cultura e burrice ensimesmada de determinado Povo, mesmo de média classe, mas também por certo nojo larvar pelos inertes que vão preenchendo cabeças de muitos chamados grandes capitalistas.
Depois, para outros, já dei para esse peditório do ópio dos intelectuais.

O refúgio, os refúgios onde posso, onde devo, onde vale a pena apostar. Na minha profissionalidade docente, no companheirismo ao lado de, na construção de ser Pai, no outro, na simplicidade, na atenção às pequenas e decisivas coisas, nos fractais causas das coisas, no olhar sempre tentado de renovação, no poema, no quadro, na música, na canção, no cinema, na cultura (nunca tive receios desta palavra nem a forcei a idiota exegese filosófica), na força viva do palavra, no silêncio preenchido meu e para Ele.
O resto, o resto…quase que me apetecia dizer aquilo que se pressente “ Que se ….”
