quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Feira do LIvro do Porto...e Vómito






As enormidades, a bestialidade besta de alguém que gasta pobre tinta de uma caneta ou as teclas de um computador. O grau zero da escrita subjacente a um grau abaixo de zero de inteligência, de cultura, de sensibilidade. Nem sequer a neglicência da inteligência, mais a ausência dela. 

Assim o mundo de uma “besta célebre” escrevihaescarrador das letras portuguesas. Vio-o na Feira do Livro do Porto na “tábua de queijos” a assinar os queijinhos para  uma série perfiladas de “La Vache qui rit” , embora vislumbrasse alguns “boeufs melancoliques” certamente a levar o seu queijinho  dedicado à sua dededicada “La Vache qui Ri”. 

E o gajo assinava, assinava, assassinava com aquele sorriso bovino na sua querida paturâge que por acaso era o chão empoeirado da Avenida das Tílias, que de passeio de damas de debout, também de vez em quando serve de piso forrageiro de alimárias. E elas e eles esperavam pacientemente em “bicha” o abate, ou talvez aquele momento supremo e orgásmico de a besta célebre e célere dar o seu urro de prazer: a sua assassinada dedicatória numa página de um dos seus “ramanços”. E as árvores sem terem culpa nenhuma. E os orgasmos também.

E eu, de mãos cheias com Manuel Bandeira da Nova Aguilar, com a “Rosa do Mundo” do Manuel Hermínio, eu, quem nem gosto de “Les Vaches qui rient” , nem de pastores, nem de pastorícia, quase que caí por cima da mesa dos queijos, quase que atropelava aquele prazer todo. E acreditem, era uma desgraça…juro! É 746 páginas do Bandeira, e 1919 de centenas e centenas de poetas, era um morticínio completo: esmagava-os. Mas não ! Desviei-me a tempo. Hoje arrependo-me.

“Feiote” e entradote, um bocadinho já para o abarrigado, num estilo caraterístico de personagem de besta célebre, ou seja, besta, digo "Best".  Digamos que é um “Margarido” rebelado no masculino. Até podia ser um “arouca”, mas não, é ele próprio, um flausino que consegue escrever letras da esquerda para a direita. O que não é mau, nem chaga muito o putativo leitor – e juro-que escrevo putativo no sentido de dicionário-não as graçolas impúdicas e adolescentes, é que não sou o putativo escribaescarrador, confesso. 

Trágica figura esta, que há-de ter mansão “tá a ver”com “picina”, e criado com ou sem libré, e cartão gold, e merda a rodos onde chafurdar, e letras e letras para “ajuntar” num português entre o guna, o azeiteiro, num estilo entre o fajardo, o vendedor de banha da cobra, o psicólogo de sarjeta. E há-de ter leitores, e tem leitores, que não são de bairro, de ruela, mas, de outros “bairros”, ruelas, apartamentos esconsos onde se esconde o lugar comum, a vidinha nem sequer vivida de uma classe média bronca, anémica, culturalmente inapta, que nem uma quadra de Pessoa ou verso de Camões consegue perceber, os leitores de marca areia guarda-sol em praia algarvia, ou de religiosa telenovela, ou ainda de barrigudar sofá. 

Não, não vale a pena recordar Almada, nem sei se o “escribaescarrador” tem mau hálito, ou cheira mal dos pés, mas que escreve mal, escreve, ou melhor, nem escreve. Não sei como é o homem nu, mas a escrever “NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECCA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM! “ E completo “ cada bala mata um” …leitor.

Senta-se a gente numa livraria, pega num os dois livros do “artistão “ e lê pérolas destas :
”Sou viciado na inteligência da mulher inteligente. Preciso dela, exijo-a a toda a hora, persigo-a como um cão com fome persegue o osso. Sou obcecado pela mulher inteligente. A mulher inteligente é a criação suprema de Deus. A mulher inteligente é o próprio Deus.” …
ou este diamante lapidado de estupidez, verdadeiro insulto à inteligência nem sequer de um leitor, mas de um passador d’olhos por folhas de papel :
“A mulher inteligente não quer saber da conta bancária, não quer saber da marca do carro, da maquilhagem na cara. A mulher inteligente veste Prada a cada vez que fala, a cada vez que pensa. A mulher inteligente faz do que é um estilo, do que defende uma lei, do que parece uma moda. A mulher inteligente faz do tesão um estado de alma. A mulher inteligente dá-me tesão.Mmmm."

O que é isto? Como é possível ter leitores de uma escrita carcaça putrefacta deste calibre?

Já sei, isto está desenquadrado do todo! Se o todo é a soma das partes, DEUS ME LIVRE DO TODO! Parafraseando o Guerra Junqueiro : “ Ó CRISTO, VEM CÁ ABAIXO…ANIQUILAR ISTO!

E anda um pai a educar um filho para isto, e anda-se nas escolas a ensinar (andar-se-à?) Português e História, e Ciências e “Etc” e de que semente intelectual sai um repolho destes?

Chagas de Cristo venham em minha salvação que em outras não acredito!

O Meu Menino Jesus de Praga, Ó meu Anjinho S. Gabriel, Ó meu S. Jerónimo, Ó minha S. Teresinha do Menino Jesus, livrem-me guardem-me das tentações do pecado, das falas e diabólicas chagas, dos pelos e apelos do “rabudo” escriba, daquele que escreve coisas tão beatíficas, tão originais como: “ Os livros não servem para ser lidos; os livros servem para nos ler” !
Ó serafins, Ó querubins celestiais pegai nas vossas trombetas, os vossos clamores e anunciai às esferas esta frase que é celeste, juntai-lhe esta, que Deus não tem inveja nem se importa:

 “A mulher inteligente é o próprio Deus. A mulher inteligente, suspeito, deve ser mesmo uma forma superior do próprio Deus. Até Deus tem inveja da mulher inteligente. Meu Deus.” , e façam uma cantata, não, uma cantata, não, antes, uma oratória que até o Johannes pai há-de achar a de S. Mateus fraquinha! Deixem lá as Sophia, os Herberto, os O'Neill, os Belo,  a Luisa Neto, o Eça, o Camilo, o Vergílio, a Gabriela...isso já não dá , é realejo! Bom, bom é chagar olhos e juízos, fazendo dos outros burros! Sim, eu sei, há quem goste de ser feito!

E por favor, metam as cunhas ao Criador para o escribaescarragor” não ir para o Purgatório, antes de entrar no Céu, porque o lugar está garantido com as suas leitoras a gritar: Entra! Entra! Entra!, porque isto do “TonY” carretas não é só para alguns! É que de vez em quando, o homem é pornográfico e isso é pecado.
“ E viva a Pornografia de estar Vivo. E Adorar”.

Remato: perdoai-lhe! Nem sabe o que escreve, o que pensa, ou o que sente. Nem sequer é um fingidor, é mais um produto olivícola de recente safra nacional. Que lhe molhe o pão quem quiser e lhe faça bom proveito! Talvez com uma mistura de livros de autoajuda os seus leitores se tornem as pessoas mais felizes do mundo. Laboratórios farmacêuticos, acautelai-vos!

Mas cabe-me perguntar: Sobre a pornografia de estar vivo: que temos nós com as surtidas ao Parque Eduardo VII, ou a Gonçalo Cristóvão de certos pseudo escritores? Ou com os seus sonhos mais Freudianos ou Lacanianos?

Boa pergunta!