Dois perús “glugluliantes”, ou dois pavões “emplumados” se quiserem, degladiaram-se por questões autorais de primazia, ou dito de outro modo, “a minha primeiro do que a tua” se faz favor. A podridão e pobreza de espírito acabam por vir ao de cima nestes tristes narcisos de espelho quebrado, pseudo defensores e condutores da minha classe. Cruzes!!
E neste momento de sonora gargalhada, mesmo quando me recordo da fisionomia dos dois, só me lembra do célebre poema de Vinicius de Morais “ A Porta”:
Um Músico,um "trovador" como poucos. Uma vida-aventura dolorosa como poucas. Um acidente que quase o desfigurou,uma timidez inexplicável, um só disco , três dezenas de canções, homeless, e a mais completa miséria, mesmo na morte. E todavia, as suas canções, verdadeiros hinos a vida, ao sonho, à dor, à complexidade profunda do ser humano. Um extraordinário cantautor que influenciou muitos outros ( que curiosamente, ou não, esconderam a fonte onde foram beber!).
Aqui com humilde tradução minha o "I Want To Be Alone" , também conhecida por "Dialogue". Das mais belas e pungentes canções que conheço.
I want to be alone
I need to touch each stone
Face the grave that I have grown
I want to be alone
Before all the days are gone
And darker walls are bent and torn
To pass the time of those who mourn
I want to be alone
Rivers that run anywhere
Are in my hand and just up the stair
Past the eyes of those who care
Who can never be alone
Changes that were not meant to be
Tow the hours of my memory
Sing a song of love to me
To say you must never never be alone
The tears of a silent rain
Seek shelter on my broken pain
And run away But I remain
To speak the words that sing of alone
I want to be alone
I need to touch each stone
Face the grave that I have grown
I want to be alone
Quero estar só
Sentir a pele da pedra
Do túmulo que vou construindo
Quero estar só.
Antes que os dias findem,
E as erigidas paredes sejam rasgadas
Para passar o tempo daqueles que amanhecem
Quero estar só.
Rios que fluem sem direcção
Estão na minha mão, a um passo de escada
Nos olhos daqueles que precisam
Que não podem estar sós.
Mudanças que não eram para serem
Atrelados das horas da minha memória
Cantar-me uma canção de amor
Para dizer que nunca, nunca se deve estar só.
Mas lágrimas de um reino silencioso
abrigo buscam na minha dor profunda
Mas vão-se e eu permaneço
Trovador das palavras de solidão
Quero estar só
Sentir a pele de uma e cada pedra
Do túmulo que vou construindo
Quero estar só.