As enormidades, a bestialidade
besta de alguém que gasta pobre tinta de uma caneta ou as teclas de um
computador. O grau zero da escrita subjacente a um grau abaixo de zero de
inteligência, de cultura, de sensibilidade. Nem sequer a neglicência da
inteligência, mais a ausência dela.
Assim o mundo de uma “besta
célebre” escrevihaescarrador das letras portuguesas. Vio-o na Feira do Livro do
Porto na “tábua de queijos” a assinar os queijinhos para uma série perfiladas de “La Vache qui rit” ,
embora vislumbrasse alguns “boeufs melancoliques” certamente a levar o seu
queijinho dedicado à sua dededicada “La
Vache qui Ri”.
E o gajo assinava, assinava,
assassinava com aquele sorriso bovino na sua querida paturâge que por acaso era
o chão empoeirado da Avenida das Tílias, que de passeio de damas de debout,
também de vez em quando serve de piso forrageiro de alimárias. E elas e eles
esperavam pacientemente em “bicha” o abate, ou talvez aquele momento supremo e
orgásmico de a besta célebre e célere dar o seu urro de prazer: a sua
assassinada dedicatória numa página de um dos seus “ramanços”. E as árvores sem
terem culpa nenhuma. E os orgasmos também.
E eu, de mãos cheias com Manuel
Bandeira da Nova Aguilar, com a “Rosa do Mundo” do Manuel Hermínio, eu, quem
nem gosto de “Les Vaches qui rient” , nem de pastores, nem de pastorícia, quase
que caí por cima da mesa dos queijos, quase que atropelava aquele prazer todo.
E acreditem, era uma desgraça…juro! É 746 páginas do Bandeira, e 1919 de
centenas e centenas de poetas, era um morticínio completo: esmagava-os. Mas não
! Desviei-me a tempo. Hoje arrependo-me.
“Feiote” e entradote, um
bocadinho já para o abarrigado, num estilo caraterístico de personagem de besta
célebre, ou seja, besta, digo "Best". Digamos que é
um “Margarido” rebelado no masculino. Até podia ser um “arouca”, mas não, é
ele próprio, um flausino que consegue escrever letras da esquerda para a
direita. O que não é mau, nem chaga muito o putativo leitor – e juro-que
escrevo putativo no sentido de dicionário-não as graçolas impúdicas e adolescentes,
é que não sou o putativo escribaescarrador, confesso.
Trágica figura esta, que
há-de ter mansão “tá a ver”com “picina”, e criado com ou sem libré, e cartão
gold, e merda a rodos onde chafurdar, e letras e letras para “ajuntar” num
português entre o guna, o azeiteiro, num estilo entre o fajardo, o vendedor de
banha da cobra, o psicólogo de sarjeta. E há-de ter leitores, e tem leitores,
que não são de bairro, de ruela, mas, de outros “bairros”, ruelas, apartamentos
esconsos onde se esconde o lugar comum, a vidinha nem sequer vivida de uma
classe média bronca, anémica, culturalmente inapta, que nem uma quadra de
Pessoa ou verso de Camões consegue perceber, os leitores de marca areia
guarda-sol em praia algarvia, ou de religiosa telenovela, ou ainda de
barrigudar sofá.
Não, não vale a pena recordar Almada,
nem sei se o “escribaescarrador” tem mau hálito, ou cheira mal dos pés, mas que
escreve mal, escreve, ou melhor, nem escreve. Não sei como é o homem nu, mas a
escrever “NUNCA CHEGA A PÓLVORA SECCA E EM TALENTO É PIM-PAM-PUM! “ E completo “
cada bala mata um” …leitor.
Senta-se a gente numa livraria,
pega num os dois livros do “artistão “ e lê pérolas destas :
”Sou viciado na inteligência da
mulher inteligente. Preciso dela, exijo-a a toda a hora, persigo-a como um cão
com fome persegue o osso. Sou obcecado pela mulher inteligente. A mulher
inteligente é a criação suprema de Deus. A mulher inteligente é o próprio Deus.”
…
ou este diamante lapidado de
estupidez, verdadeiro insulto à inteligência nem sequer de um leitor, mas de um
passador d’olhos por folhas de papel :
“A mulher inteligente não quer
saber da conta bancária, não quer saber da marca do carro, da maquilhagem na
cara. A mulher inteligente veste Prada a cada vez que fala, a cada vez que
pensa. A mulher inteligente faz do que é um estilo, do que defende uma lei, do que
parece uma moda. A mulher inteligente faz do tesão um estado de alma. A mulher
inteligente dá-me tesão.Mmmm."
O que é isto? Como é possível ter
leitores de uma escrita carcaça putrefacta deste calibre?
Já sei, isto está desenquadrado do
todo! Se o todo é a soma das partes, DEUS ME LIVRE DO TODO! Parafraseando o
Guerra Junqueiro : “ Ó CRISTO, VEM CÁ ABAIXO…ANIQUILAR ISTO!
E anda um pai a educar um filho
para isto, e anda-se nas escolas a ensinar (andar-se-à?) Português e História,
e Ciências e “Etc” e de que semente intelectual sai um repolho destes?
Chagas de Cristo venham em minha
salvação que em outras não acredito!
O Meu Menino Jesus de Praga, Ó
meu Anjinho S. Gabriel, Ó meu S. Jerónimo, Ó minha S. Teresinha do Menino
Jesus, livrem-me guardem-me das tentações do pecado, das falas e diabólicas
chagas, dos pelos e apelos do “rabudo” escriba, daquele que escreve coisas tão
beatíficas, tão originais como: “ Os livros não servem para ser lidos; os
livros servem para nos ler” !
Ó serafins, Ó querubins
celestiais pegai nas vossas trombetas, os vossos clamores e anunciai às esferas
esta frase que é celeste, juntai-lhe esta, que Deus não tem inveja nem se
importa:
“A mulher inteligente é o próprio Deus. A
mulher inteligente, suspeito, deve ser mesmo uma forma superior do próprio
Deus. Até Deus tem inveja da mulher inteligente. Meu Deus.” , e façam uma
cantata, não, uma cantata, não, antes, uma oratória que até o Johannes pai
há-de achar a de S. Mateus fraquinha! Deixem lá as Sophia, os Herberto, os O'Neill, os Belo, a Luisa Neto, o Eça, o Camilo, o Vergílio, a Gabriela...isso já não dá , é realejo! Bom, bom é chagar olhos e juízos, fazendo dos outros burros! Sim, eu sei, há quem goste de ser feito!
E por favor, metam as cunhas ao
Criador para o escribaescarragor” não ir para o Purgatório, antes de entrar no
Céu, porque o lugar está garantido com as suas leitoras a gritar: Entra! Entra!
Entra!, porque isto do “TonY” carretas não é só para alguns! É que de vez em
quando, o homem é pornográfico e isso é pecado.
“ E viva a Pornografia de estar Vivo.
E Adorar”.
Remato: perdoai-lhe! Nem sabe o
que escreve, o que pensa, ou o que sente. Nem sequer é um fingidor, é mais um
produto olivícola de recente safra nacional. Que lhe molhe o pão quem quiser e
lhe faça bom proveito! Talvez com uma mistura de livros de autoajuda os seus
leitores se tornem as pessoas mais felizes do mundo. Laboratórios farmacêuticos,
acautelai-vos!
Mas cabe-me perguntar: Sobre a
pornografia de estar vivo: que temos nós com as surtidas ao Parque Eduardo VII,
ou a Gonçalo Cristóvão de certos pseudo escritores? Ou com os seus sonhos mais
Freudianos ou Lacanianos?
Boa pergunta!
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