Frente
ao grande azul só elas caiam fluídas e salgadas
As
lágrimas
Ele,
na sua inesgotável rotina, nesse dia de som doce felino
Lembrava
a minha obreira na sua questão repetida à exaustão
De
um Alzheimer como onda mansa e desfeita em vaza maré:
Ficas
comigo? Ficas comigo? Ficas comigo? Ficas comigo?
Quantas
vezes tem de morrer a minha Mãe
Para
a viver em mesma proporção comigo?
Quantas
vagas de esvaziamento nela até ao nada
Para
o meu preenchimento de tudo d’Ela?
Cada
vez mais longe no horizonte este barco lindo de vela panda que ela foi É.
No
seu partir de dentro para a sua ilha
De
desertonada
Vejo-a
acenar
O
vento norte traz-me a sua magra e débil mão
Que
afagagarra com força a minha
Ouço-lhe
o sussurro ténue antes do silêncio líquido
O
mesmo de onde d’Ela singrei marinheiro tão gáveo de sonho
Ficas
comigo? Ficas comigo? Ficas comigo? Ficas comigo?
Sempre.
Sou-te. És-me.