Com
tempo de sobra para aprender a Grândola como deve ser, embora lhe vá ser
complicado palavras como fraternidade , o Povo é quem mais ordena , até
porque acabaram as Novas Oportunidades.
Feliz?
Claro! Triste, também! Direi mais, saudoso de uma saudade que por o ser já me
põe melancólico. Vou ter pena de não continuar a ver e ouvir os dislates, a
ronceirice, o típico português que apesar de governamentavél, de fato e gravata
de luxo, continua a meter a unhaca entre os dentes, a coçar o dito cujo
publicamente, ou a cuspir para o chão! Tenho pena desta personagem, juro!
Como
na idade Média, todas as cortes precisavam de um bobo, de um momo, alguém que
sabendo segredos de alcofa, de traições castelares, os guardava bem guardados, fazendo rir a
maralha. Um bobo que me vai fazer falta, porque sempre o vi ridículo, colorido, carregado de guizos e histriónico
como todos os bobos deveriam ser. Não há bobo agora, apenas e só mentecaptos
vestidos de seriedade.
Não
foi um cromo, não foi uma anedota, foi muito mais: a essência da própria
anedota, a anedota desnudada. Boçal, rasteiro, reptilizado, mas sobretudo de
uma ignorância, de uma incultura que mesmo com outros boçais na parada, ele
conseguia trocar o passo e sobressair!
Tenho
pena, vou ter saudades: precisava do sujeito para me rir a bandeiras
desfraldadas, ou para catarse em centro de alvo de setas. Que vai ser de mim agora?
A Rainha de Inglaterra de Belém? Na...ainda não estou de dieta! O Rabit ( entre
as pernas) , o retardado mentoliphtos que nem com "Cerebrum" lá vai? O génio
que acha que se deve decorar os Lusíadas, mesmo sem nada perceber do decoranço e
que isso sim é ser não eduquês? O lambreta empenado que não faz, não diz, não
pensa do capacete?
Uma
tristeza este abandono. Tinha tanto para dar! Tantas momices para fazer, tanta
criatividade para nos divertir, e deixa-nos assim? orfãos, completamente
desolados, descampados em seca relva? Muito injusto, muito mal agradecido!
Quase um povo inteiro a achar-lhe graça, a perceber entre a alma de um homem e
um pacote de flocos, a diferença pode ser no brinde, e o homem sempre me pareceu
daqueles brindes de pacote, ou do ovo Kinder, sem surpresa, às peças, para
montar, para alegrar a criançada nacional!
Sinceramente
triste, derrotado. É injusto! E tem razão sim senhor: a História há-de julgá-lo,
e sabendo nada de História, o bobo pelo
menos dois heróis tem: O Conde Andeiro e Miguel de Vasconcelos! A História
julgou-os sim senhor: quando defenestrados : não tinham aprendido a voar !
Triste
sim, senhor, até porque o outro bobo-momo da corte anterior era ainda mais
miserável, roasado, mesmo com licenciatura em momices e tudo! Foi despedido,
mas continua a mando real, ou a medo de outros a ciciar meia dúzia de enormidades.
Livrou-se da masmorra e da reforma, e agora tem ambições, depois do regresso "ensorbonado"
em nevoeiro do seu amado e televiso Sebastião, mesmo que cadáver.
Foi
sempre assim, bobo morto-bobo posto! Agora virá outro, talvez contratado dos
confins da bobolândia, ou talvez, das cavernas geladas da "comentarice"
política! Ou não, e acabou-se o banquete por assalto ao castelo e tudo!
Esperança...ou
talvez não! Talvez a Rainha de Inglaterra resolva o problema, deixando o pão-de-ló
e mudando para a bola de carne de Lamego! Ou talvez os obrigue a todos a ler a
Utopia do Thomas Man! Podemos pedir "More"?
Tenho
pena, estou triste. E como sempre que estou triste quando caem bobos, vou ler um livro do Alberto Pimenta: "Discurso
do F.D.P" .
Estou
como uns pobres de Espírito de um blogue: Um abraço, bobo! Sim! Com alcatrão e
penas!
Agora
a sério: na minha tristeza a dedicatória de um poema
Frio Olhar
Visíveis
as sombras pendiam no escuro do canto.
(É
uma falsa caixa de felicidade, a luz reluzente
Coroa-lhe
a cabeça engelhada.)
A iguana
de frio olhar humano.
José
Emílio-Nelson, A Visão do Antigo
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