Pode ser do tempo, chuvoso, quente e húmido, mas estou aborrecido, “chato” e sobretudo com uma alma conspirativa que resolveu plasmar-se à janela e daqui não quer sair.
Um dia de trabalho em cheio, aulas CEF, Coordenação, corrida à escola para levar a mais pequena , para da parte da tarde, com a prestimosa colaboração de uma simpatiquíssima e activa colega bibliotecária - departamental, fazer a planificação das actividades a desenvolver pelo Departamento ao longo do ano lectivo relativas às comemorações do Centenário da República.
Variadas, interessantes e com alguma criatividade como deve ser, que isto da criatividade vai-se gastando um pouco com a idade. Mas ao longo da semana a pergunta que não me largou: porquê um ano inteiro para comemorar esta data? Porquê tanto aparato, tanta “publicidade” institucional para a comemoração deste acontecimento? Porquê dar-lhe um peso quase tão forte, como o foi as comemorações dos Descobrimentos Portugueses? É que nunca vi tal vontade, tal investimento nas comemorações do 25 de Abril! Assim esta simples questão: Porquê?
Por acaso não sou monárquico, embora não me envergonhe de no ido ano de 1976, num 1º de Maio, ter saído da sede portuense do PPM, na Praça Filipa de Lencastre e me ter aventurado jovem mancebo a desfilar Avenida da Liberdade de bandeira azul nas unhas. Fascínio pelas “comunas livres” e pela personalidade de um Senhor chamado Gonçalo Ribeiro Teles. Assim republicano, mas surpreendido, mesmo confuso, com o ênfase que se quer transmitir a esta data histórica.
Haverá algo que eu desconheça? Estou sem GPS, e neste momento não sei se me vire para Oriente, ou para a Regular, pois perdi um bocado o sentido da coisa. Estou a falar de ruas e trânsito, entenda-se!
Amnésico quase, simbolicamente perdido, diria, procuro compreender, mas ou por cansaço, ou burrice que me vai consumindo, não entendo. Se calhar também não quero entender, paciência!
Bem…vou-me, vou ao “avental” e à “acácia” que se faz tarde. É que tenho o jantar para fazer e preciso dele, depois, enquanto o arroz “amalandra”, vou dar de beber a plantinha que da minha distracção quase mirrava na sua pureza e certeza.
A sério, passados quase 36 anos do 25 de Abril, que o deveria ter sido de abertura de espíritos e mentes, algumas realidades canhestras “Alice no País das Maravilhas” causam-me uma revolta nas entranhas que “deus-me-livre” !
Homenagem a quem destemido, “charutou” determinadas verdades mais do que inconvenientes: Carlos Candal.
Ah! Ia-me esquecendo, adoro a "Opus", mas a Opus 13 do Ludwig e, se tocada pelo Artur Schnabel, então aí consigo perceber algum do secretismo íntimo desse hálito das estátuas que é a música.
Um comentário:
Sempre o humor nos teus posts (não me lembro se nos tratávamos por tu, mas pode ser?)
Mas o meu comentário é para dizer que fiquei muito contente ao descobrir que voltaste, pois eu bem vinha aqui e desde Fevereiro que o blogue estava em silêncio. Entretanto, tenho estado eu de férias da blogosfera, por isso só agora dei conta do regresso, com o que, como já disse, fiquei muito contente.
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