quarta-feira, 31 de março de 2010

FERRAT

Faleceu no dia 13 de Março na pequena vila de Antraigues em Ardeches, ou melhor dizendo, a poucos km no hospital de Aubenas.


Um Homem vertical, avesso ao sucesso mediático, um lutador de e por causas como poucos, um poeta e uma voz resistente que sabia que que “não cantava para passar o tempo”.


Canções de beleza imensa, de melodias largas e refrões inesquecíveis. “Nuit e Brouillard”, “La Montagne” , “Aimer à perdre la Raison”, “Restera-t-il-umn chant d’oiseau”, “Etat d’âme”, “Je Vous Aime” , “Chanson Pour Toi”, são dos maiores legados da música francesa e europeia que se podem ouvir. Toda a semana com Ferrat, com a força de Ferrat, com o rigor e o prumo de vida que soube insuflar e ser a sua.


Toda a semana com Ferrat , este Ferrat que cantava :

(...)“Lou si je meurs là-bas souvenir qu'on oublie

Souviens-t'en quelquefois aux instants de folie
De jeunesse et d'amour et d'éclatante ardeur
Mon sang c'est la fontaine ardente du bonheur
Et sois la plus heureuse étant la plus jolie

O mon unique amour et ma grande folie”

Queria morrer em pé e ao sol. Não sei se sim, mas mesmo deitado morreu em pé, com essa verticalidade, tão necessária à nossa mais profunda consciência de Homens, num mundo que nos quer cada vez mais rastejantes e invertebrados.

Ferrat morreu e um um último raio de sol selou a sua respiração.







Jean Ferrat
Mourir au soleil


Je voudrais mourir debout, dans un champ, au soleil,

Non dans un lit aux draps froissés,
A l'ombre close des volets,
Par où ne vient plus une abeille,
Une abeille ...


Je voudrais mourir debout, dans un bois, au soleil,

Sans entendre tout doucement,
La porte et le chuchotement,
Sans objet des femmes et des vieilles,
Et des vieilles ...


Je voudrais mourir debout, n'importe où, au soleil,

Tu ne serais pas là j'aurais,
Ta main que je pourrais serrer,
La bouche pleine de groseilles,
De groseilles ...

6 comentários:

Sara Oliveira disse...

Não conheço bem Jean Ferrat, apesar de apreciar bastante a língua francesa, nas suas diversas expressões. Foi com certeza uma perda. Ficou a sua obra.
Um belo tributo a Ferrat! Vou conhecê-lo melhor.

Anônimo disse...

Onde posso adquirir o filme "Cobardes"? Obrigado.

Existente Instante disse...

Caro anónimo(a) o filme de Jose Corbacho e Juan Cruz comprei-o ainda em 2009 na FNAC aqui no Porto. Por acaso também o cheguei a ver meio “perdido” num montão de DVD da Media Market.
Na FNAC sei que está indisponível, mas talvez encomendando-o se arranje, até porque é distribuído pela ZON Lusomundo.
Sei também que o filme passa na MEO para quem a tiver.

Depois pode pode tentar arranjá-lo ou venda ou aluguer online, por exemplo:

http://www.galeriadodvd.com/dvd/product_info.php?products_id=5994&language=PT&osCsid=662497fecfc1dff89b180ab8a4944175

http://www.cineteka.com/index.php?op=Movie&id=002684


http://www.blueplanetdvd.com/app/cliapp/ItemTitle/Info.tea?parId=10229

Uma última informação: Na DVD GO loja espanhola de que sou cliente vai para anos, também arranja o filme, quer em DVD, quer em Blu-Ray, só que...legendado em Espanhol e Inglês.
Espero ter sido útil, até porque o filme é magnífico, nomeadamente na sua mensagem final.

Anônimo disse...

Obrigado.

Raul Martins disse...

Também não conhecia Ferrat. Mais uma proposta, como tantas outras que bebi nesta tua fonte, meu amigo!
.
E lembrei-me de um poema de um velho amigo que mandaram para o Brasil porque estava a ser demasiado incómdo para a Igreja em espanha.

Profecía extrema, ratificada-

Yo moriré de pie como los árboles.
(Me matarán de pie).
El sol, como un testigo mayor, pondrá su lacre
sobre mi cuerpo doblemente ungido,
y los ríos y el mar
se harán camino de todos mis deseos,
mientras la selva amada sacudirá sus cúpulas, de júbilo.

Yo diré a mis palabras: no mentía gritándoos.
Dios dirá a mis amigos: "Certifico
que vivió con vosotros esperando este día".


De golpe, con la muerte,
se hará verdad mi vida.
¡Por fin habré amado!

Pedro Casaldáliga

IC disse...

Uma voz que, por cá, a minha geração conheceu bem - geração amante da bela língua francesa, língua substituída hoje pela universalização da inglesa (cá para mim, detestável)