quarta-feira, 3 de março de 2010

COBARDES e...COBARDIAS

Da notícia do suicídio de um miúdo de doze anos em Mirandela

Peço perdão pelos erros, mas isto vai de enxurrada, porque preciso de deitar para fora a raiva e tristeza que me oprimem!


Desde já aviso que posso ter algumas críticas a fazer à minha escola e algumas tenho, que escolas perfeitas não há, mas há uma que seria de uma injustiça atroz: acusar a minha escola de muito do que escrevo à frente! Estou numa escola que no campo da disciplina me orgulha imenso! Tenho uma Direcção Executiva daquelas que pudemos apelidar “de gancho”, firme, convicta, de ideias bem definidas sobre disciplina e que não está com contemplações para casos de indisciplina grave ou muito grave. Segue a Lei e pronto! Não tem complexos, de ...nem usa Xau, ou Omo para branquear as situações menos cómodas no campo disciplinar que os temos, não muitos, felizmente. Pedagogia quando precisa, afago necessário e preciso, mão férrea quando inevitável! Os alunos sabem-no porque fama sem proveito, ora bolas! Já agora, com óculos na ponta do nariz , mas uma Direcção Executiva, toda “Mulherio” e ainda bem!


Idem para a Psicóloga, que tem feito na minha modesta opinião um trabalho muito bom e bastante profícuo na ajuda a alguns alunos.


Ah! Nem sei se me lêem, elas não precisam de “unto” as colegas da DE, nem eu, que estou bem posicionado para o tal topo! Não queria chegar lá era como o valente João Garcia!





É um filme que passo nas 2 Turmas CEF que tenho e que suscita sempoe largo e produtivo debate. Sobretudo, deixa algumas cabeças mais duras, um bocadinho menos!


É um filme que eu aconselhava a todos os COBARDES do meu País no que diz respeito à Escola Pública: Chama-se Precisamente “COBARDES” de Jose Corbacho e Juan Cruz cujo argumento retrata uma situação de Bullying numa escola espanhola. Ao longo do filme os cobardes tomam rosto seja nas figuras dos pais, de professores, de directores e obviamente na dos alunos agressores.



Cobardes, completa e irremediavelmente cobardes, sejam-no por implicação directa, sejam por omissão, quando não o são por ocultação.
Geralmente calmo, estou a escrever num estado terrível de tristeza, mas ao mesmo tempo atacado de uma raiva, que me tem consumido vai para dias.


Hoje, o caso inacreditável, do suicido do garoto da Luciano Cordeiro, de Mirandela, na semana passada , o caso da miúda de uma Secundária do Montijo (salvo erro), e as lembranças do martírio que vai para poucos anos uma míuda atacada por cancro, sofreu às mãos de duas ou três miúdas numa escola de Rio Tinto (também salvo erro) e por aí fora.



Depois, depois... vejo declarações inenarráveis do representante bem-falante e pimpão da Associação de Pais da escola do Leandro a afirmar que... : "não há registos", "não há ocorrências" "brincadeiras normais dos miúdos", para na reportagem da semana passada ver um putativo Director Executivo da dita Secundária (só o aspecto televisivo de iletrado fazia dó, a que somado ao “caguinçhas” do palavreado, assustava) a tentar defender duas ou três alunas “pataqueiras” agressoras, para limpar a sua escola com detergente branco mais branco não há, a que somo nas parcelas uma luminária de uma Federação de Pais a culpar os Professores pelas Reformas falhadas que por isso... (não liga “cu com calças”) e outra não menos luminária de uma outra Confederação de Pais a defender que isto com mais funcionários e técnicos resolvia-se, como se analisar um problema desta tragicidade se pudesse resolver com mais e mais.



Mas confesso que espero ouvir mais nos dias que aí se aproximam, ou seja,os miúdos agressores, estavam esfomeados de afectos, tinham traumatismos profundos de telemóvel de 2ª geração, ainda não tinham televisor LCD, tinham a psicose do “beijo aprisionado”, sofriam do falta do apego maternal de Bolwy, eram possíveis integrantes de CEF(s), que o caso não estava bem explicado e que seria o Leandro com a sua timidez e falta de reacção a “Bullyar” os gunazitos cagões, “hércules de sanita” que se sentiam ameaçados e por aí fora, ou seja, as desculpabilizações, o passar a mão no pêlo pelos agressores, ou as análises esfarrapadas de Psicólogos de pacotilha e de mansa voz voz e, talvez, até o aproveitamento político ou sindical.



Já agora o Reg do Aluno terá a sua culpazinha, mas como o outro...não se culpe o que se não conhece, ou não se quer aplicar, ou ir até onde se pode ir. Que depois nas DREN...sim, claro, mas se não se tem a coragem de...como depois argumentar “de que...”? Farto, farto até à medula destas bombas de fumo com que se quer cobrir a realidade.


São quase 30 anos de serviço, caros colegas e conheço muitas cobardias, cobardias a mais no que diz respeito ao bullying. Não partilho conivências corporativo-idiotas e não tenho, nunca tive, medo das cobardias sociais e do politicamente correcto.


Ao longo da minha carreira vi ( não muitos, graças a deus!) quantos Directores de Turma, guardaram, esconderam, ou minimizam como “coisas deles”, situações de miúdos humilhados, sujeitos a extorsão, agredidos sistematicamente, quando não a culpa era virada para o agredido que era o “morcão”, o que se punha a jeito, o que provocava? Porquê? É preciso explicar a auto-estima, as “fitas métricas” da minha turma ser melhor do que a tua, o não querer “chatices”, ou a “justiça de classe”, ou seja, os meninos agressores, não são de bairros, não são gunas, mas sim “filhos de...”, de paizinhos bem-falantes, que se impõem, de classe média , bem “mérdia” ou alta e como tal...?



E alguns Conselhos de Turma, a assobiar para o ar ...era o que faltava, assuntos deles, a nossa função é ensinar...mais reuniões? E antigos Conselhos Directivos e actuais Direcções Executivas: Problemas? Onde? Sonhaste? Resolvam lá isso! Que maçada, lá se foi o ponto , a vírgula, o Decreto! Na minha Escooola, tá ver, isso não existe! Pronto, existe um “niquinho” mas não é grave! Um nariz partido, 2 dias de suspensão, “Menino...isso não se faz a um colega, percebeu?! – sobretudo com aquela voz de “linha de Sintra” que fica tão giro, tão fashion na relação Educativa, ou o Pedagógico-boçal: existe isso na minha escola? Punir os agressores nem pensar, não é essa a função da escola, e escola educa ! O ideal seria o miúdo (agredido) mudar de escola, isso era bom para ele! E para ele, Director...claro!


E as Associações de Pais...bullying? Não sei o que é, mas isso não existe! Existe aquelas brincadeiras normais de miúdos, aquelas coisas de criar músculo, de levar na cara para ser home, pois! “Atão”, organizamos umas festas giras, entregamos uns prémios, assamos castanhas, carnavalamos e bullying? Ó Senhor Professor ! Temos meia dúzia de Pais nas reuniões , estamos aqui por carolice e ainda me pergunta o que temos feito para ter mais?! Ir falar com os Pais dos agressores, denunciar estes casos, estar ao lado das vítimas...não me arranje problemas!



E a polícia? Com tantos problemas chateia-se a polícia com pancada entre miúdos? Queixa, sim minha senhora...isto vai demorar o seu tempo, vai envolver tribunal de menores! Nós somos a Polícia Segura da Escola Segura, e o o de tal bullying, não nos diz muito respeito, droga, catanas, metralhadoras, tanques MBT, ainda merecem a nossa atenção, “bomba atómica” actuamos logo, mas sabe como é! Isto agora do caceteie é só para assustar...pegamos num braço a um puto e ainda vamos presos, ou levamos com processo em cima!



E as DR ? É, é Grave! Mandaram o colega para o Hospital, o Processo Disciplinar está muito bem feito, mas transferir, pôr os dois ou três miúdos a “bulir” para outra escola, ou expulsá-los, é anti-pedagógico e traz custos políticos se os jornais sabem. Não está provado que sirva de exemplo. Mais um inquérito de semanas, manda-se um “Ténico” especializado em bullyng, e o tempo esse grande escultor acaba por enterrar o gato! Daqui a semanas já ninguém se lembra.


E os Pais dos agressores?

Bullying? Eu Não sabia ! Quer dizer, sabia, mas, mas... Mas...grande filho! Sai a mim, quando era da idade dele, rachei dez cabeças, desfiz vinte clavículas , ninguém brincava comigo! Filho de cabelos no peito , saiu ao Pai! Um Homenzarrão! Os Homens agora são uns maricas, até das mulheres levam! Ó que isto chegou! A minha, ali aparelhada, que é assim que se querem! Isto é tudo “gay” ou quê?



O meu filho, fazia isso ? É mentira, eu acredito nele, pronto! Querem prejudicar o meu rebento, o meu apolo, o meu adónis! Não gostam dele! Os professores fazem mas é bullying com o meu anjo! Uma cabala! Ele diz que não fez e o que ele diz é sagrado! Ele diz que o outro não lhe liga, que baixa a cabeça, que foge ,e isso é insultá-lo, por isso lhe arreia!



O meu filho? E vão castigá-lo?, Eu vou contratar o melhor advogado, vocês nem sabem quem eu conheço, isto é uma escola de mer...., o meu filho é superior a esta enxovia, agora percebo a categoria do privado, vou levar isto até às últimas consequências, a Bruxelas se necessário for!



O meu filho agressor? Já nem sei o que lhe devo fazer! Prometi-lhe a 3 da Playstation, já lhe tirei a ficha do computador, já o ameacei de lhe tirar a TV, mas ele ameaça fugir de casa, está-me sempre a falar do vizinho, até me vira as costas ainda no mês passado para não o ouvir lhe dei as All Stars, agora queria o tal do Iphone, mas vou castigá-lo, prometo ao Sr Director que vou : Vai ter um HTC Hero e é se quer! Dar-lhes duas chapadas?! Isso não professor, e os traumas? A gente lê para aí que há tanto traumatizado, devido a uma simples palmada no rabo dada em criança, que até fica com medo! Depois eu levei tantas e tantas professor, que não consigo!



Psicólogos (alguns) – Bem...Os agressores não o fazem por mal, nisto há uma questão fisiológica, agregada a frustrações infantis não resolutas, que levam a comportamentos psico-patológicos desviantes de risco de tal forma que não enxergam o sofrimento, ou o próprio perigo do outro que tornam Vítima! Desculpem mas isto é merda! Pode ser merda filtrada mas é merda! E os livros onde este palavreado papagaio está escrito, também os li, como se calhar até li mais, desde Lakan a Dolto!



E o 3? A Culpa é do três! Ah! Se não fosse o três!

As medidas disciplinares sancionatórias traduzem

uma censura disciplinar do comportamento assumido

pelo aluno, devendo a ocorrência dos factos em

que tal comportamento se traduz, ser participada, pelo

professor ou funcionário que a presenciou ou dela teve

conhecimento, de imediato, ao respectivo director de

turma, para efeitos da posterior comunicação ao presidente

do conselho executivo ou ao director da escola.

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c) A suspensão da escola até 10 dias úteis;

d) A transferência de escola;

4 — A decisão de aplicar a medida disciplinar sancionatória

de suspensão da escola até 10 dias úteis, é

precedida da audição em auto do aluno visado, do qual

constam, em termos concretos e precisos, os factos que

lhe são imputados, os deveres por ele violados e a referência

expressa, não só da possibilidade de se pronunciar

relativamente àqueles factos, como da defesa elaborada,

sendo competente para a sua aplicação o presidente do

conselho executivo ou o director da escola, que pode,

previamente, ouvir o conselho de turma.


5 — Compete ao presidente do conselho executivo ou

ao director da escola, ouvidos os pais ou o encarregado

de educação do aluno, quando menor de idade, fixar os

termos e condições em que a aplicação da medida disciplinar

sancionatória referida no número anterior será

executada, podendo igualmente, se assim o entender, e

para aquele efeito, estabelecer eventuais parcerias ou

celebrar protocolos ou acordos com entidades públicas

ou privadas

6 — Na impossibilidade dos pais ou o encarregado

de educação do aluno poderem participar na audição a

realizar nos termos do número anterior, a associação de

pais e encarregados de educação, caso exista, deve ser

ouvida, preservando o dever de sigilo.

8 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória

de transferência de escola reporta -se à prática de factos

notoriamente impeditivos do prosseguimento do processo

de ensino -aprendizagem dos restantes alunos da

escola, ou do normal relacionamento com algum ou

alguns dos membros da comunidade educativa.

Artigo 43.º

Competências disciplinares e tramitação processual

1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 27.º,

em que a competência é do professor titular da turma,

a competência para a instauração de procedimento disciplinar

por comportamentos susceptíveis de configurarem

a aplicação de alguma das medidas disciplinares

sancionatórias previstas nas alíneas c) e d) do n.º 2 do

artigo 27.º, é do presidente do conselho executivo ou

director, devendo o despacho instaurador ser proferido

no prazo de um dia útil, a contar do conhecimento concreto

e preciso da situação.

2 — A aplicação da medida disciplinar sancionatória

de transferência de escola é da competência do director

regional de educação respectivo, observando -se, em

termos processuais, nas situações que, em abstracto,

possam justificar aquela aplicação, as regras constantes

dos números seguintes.

(...)


E podia continuar, mas já sei a reação de alguns colegas, burocracia e depois a DREN, não os transfere! Mas...SE O PROCESSO NÃO SE INICIA por preguiça porque dá trabalho, porque se sofre pressões de suas Excelências, os Directores (as), que culpa tem o 3! Que culpa tem o 3, se os Directores podem e devem em casos de Bullying, mandar dez dias para casa os agressores e na reincidência outros dez, e na continuidade dentro do espaço escolar, processo disciplinar e Transferência, porque não se actua? Porque não um primeiro aviso sério aos alunos agressores e EE e no caso de reincidência ,imediata comunicação às autoridades policiais e CPM? Porque não nas escolas desde tenra idade o incentivo dos miúdos a contarem a verdade, a não terem medo, a pedir protecção, no caso de bullying? Porque não um pacto educacional entre Docentes, Direcções Executivas, Associações de Pais e mesmo Alunos, no endurecimento das sanções contra os alunos agressores? Expliquem-me lá estes enigmas!


Voltamos ao mesmo, COBARDIA ! ENCOBRIMENTO! SONEGAÇÃO DA VERDADE ! HIPOCRISIA RELACIONAL , CLIMA DE ESCOLA ao estilo do sepulcro caiado de branco com cheiro a podre por dentro que tresanda! Em muitas escolas, o “para inglês ver é a lei, o parecer para não se ver abunda. A paz, a sacrossanta paz podre.



Depois, como não executamos bem o que temos, embora imperfeito e trabalhoso-burocrático e, na impossibilidade de campos de trabalho, açaimos ou fuzilamentos, que se calhar alguns achavam que era a solução, a culpa será sempre das “milús” das “aventuras”, ou de qualquer ministério a vir. Sabemos que não!



Que nas sociedades ocidentais se vive um infantilização-adolescentização crescente, que a autoridade, o respeito, determinados valores foram subvertidos a mínimo denominador comum-o lucro, à mesquinhez do metal, ao nojo larvar do imediatismo, do individualismo, à imbecilização social como valores-padrão, ninguém pode duvidar: Professor de História que sou, acredito nos movimentos sociais profundos, e que a corda da História estica até onde pode esticar, que um simples acontecimento, um clique qualquer, há-de levar à ruptura e a qualquer coisa que não sei definir, mas só espero que não seja ditadura, porque desse fel já bebemos e parece que o Português goste da bipolaridade paternal: ter os seus e o Grande Pai-Cruzes. Com o Professor de História sei que não se fazem revoluções de veludo ( talvez a nossa do 25 de Abril – ainda mal estudada!) fosse aveludada!



Raios de Revolução, raios de gente da minha geração que “pariu”, que “educou”, toda uma quantidade apreciável de cretinos, de imbecis, de medíocres, de corruptos, de bate-nos pais e avós, de indigentes sociais que por sua vez vão gerando brutamontes, gunice de primeira classe, pataqueirice militante, atrasadometro-sexuais, iletrados e oin-oincs feios-feias e ranhosos de Revistas Socialite, unhacas no dente e no nariz, coça-cus, comentadores de comentadores, comendadores de comendadores Goin-on, ou PT, Cristianos gunaldos, e afins! Uma náusea este país!



Era isto que queria dizer, ou talvez nada disto que queria dizer! Talvez dizer antes isto: Dor aguda cá dentro por um miúdo de 12 anos ter posto termo à vida pelo sofrimento, a humilhação causada por dois ou três colegas ( não tenho outro nome para lhes chamar, ou talvez tenha, mas o meu eduquês, a minha raiva apesar de tudo contida, não deixa). E que esta miúdo já tinha sido hospitalizado por agressões bárbaras de colegas ( ninguém sabia, foi fora da escola, coisas de miúdos-Ah! Hipócrias de vómito!) vai para um ano, e que outros Pais já afirmaram que se oculta muita coisa e que:



Deixem-se de Inquéritos e exames preliminares e conversa mole, fraldiquieira de psicologismo barato, de Drenices : Os Miúdos Agressores devem ser severamente punidos e pura e simplesmente serem transferidos de escola : escolas diferentes para cada um, simplesmente. Claro isto é simplista é populista, é isto é aquilo ! À caca com o vosso politicamente correcto!



O Bullying está claramente a aumentar nas escolas portuguesas, embora tenhamos calma: ainda é um fenómeno minoritário (não mintam colegas-sabem-no bem que é!), por isso mesmo, por ser um atentado miserável de uma minoria, respeite-se a maioria e castigue-se exemplarmente estes agressorzinhos, cobardes que são! Aqui não tem de haver respeito pelas minorias coisíssima nenhuma!


Haja coragem e nunca tente ao meu lado sugerir que é a VÍTIMA QUE DEVE MUDAR DE ESCOLA ! Hipócritas! Quem tem que ser posto a andar, quem tem de mudar de escola, quem tem de ser desenraizado É O AGRESSOR! Não invertam os termos do problema!



Não tenhamos medo nas palavras: os alunos agressores são COBARDES e é preciso soletrar-lhes isso naqueles rostos de armar "tarzan de urinol!" PUNI-LOS EXEMPLARMENTE e dar um sinal à comunidade educativa que Educar é pôr regras e ter a coragem e a imediaticidade de actuação.


Ó pais “electricistas” do meu país que “carregaram no interruptor e elas dão à luz”, podia-vos citar Badinter, Sullerot, para explicar muita coisa, nomeadamente sobre os tais instintos paternais ou maternais, mas o que queria dizer é uma coisa simples: depois da “electricidade” é preciso manter a instalação eléctrica a preceito, ou seja, ser-se Pai, ou Mãe em Construção! E que os Filhos não mandam nos Pais! E que a Autoridade é construtora da personalidade, sobre pena de tantos “ismos” futuros para os vossos rebentos.


Que estais à espera? De serdes agredidos pelos próprios filhos? De criarem os Squezze e Napoleons deste País? Vá, correi às livrarias e comprai os dois livros do Javier Urra “ O pequeno Ditador” ou o “O Que Ocultam os Filhos - O Que Escondem os Pais” – Está lá tudo!


O que pretendeis muitos e caros Pais ? O Jugo, a canga, a barra de ferro ? Que tal se...se demitissem da educação dos vossos filhos, vos pudesse ser retirado o abono de família? Se recebeis do Minímo Redimento do estado, porque não o Estado passar a dar-vos Rendimento zero? Nem vou ao extremo e exagero da Jurisprudência inglesa que vai para quatro anos levou um Juiz a dar 2 anos de prisão com pena suspensa a uma mãe que nunca tinha ido à escola do filho! Há quem defenda que ficáveis finos que nem fusos!



E Psicólogos de análises rápidas, de conversa mole, poderia também explicar-vos quem foi Bruno Bettelheim e, porque há quem lhe chame Bruttelheim, ou Bruto e até vos poderia citar “Une Vie” de Nina Sutton, ou “Bruno Bettelheim ou la Fabrication d'un mythe” de Richard Pollak, para vos mostrar alguns métodos menos ortodoxos que utilizou na Escola Ortogénica de Chicago, infelizes é um facto, mas que curaram, lá isso curaram! Mas não digo, porque ficavam a saber tanto como eu! Deixem-se da conversa, muitas vezes sem qualquer justificação científica dos traumas (deixem isso para quem sabe!) e deixem de criar temores nos Pais, de criar artificiais patologias, que eram superadas com regras desde a cama de grades, ou berço, com uma boa sapatada no rabo, ou nas mãos!



Traumatizado fico eu, só de ler alguns artigos de alguns em revistecas cor-de-rosa dirigidos aos Pais: Não FAÇA, NÂO TRAUMATIZE, CUIDADO! Preocupem-se com os Psicopatas que espancam os filhos, com os Pais que presentes é como se não existissem, que compram os filhos com toda a panóplia de materialismo, que os amam muito mas é da boca para fora, que lhes mentem, que deixam à escola aquilo que deles deveria ser! A esses não se deve passar a mão pelo pêlo, a esses, é preciso destapar o lençol e dizer as verdades na cara e na comunicação social, porque isso é maltratar uma criança, isso é criar um círculo vicioso difícil de quebrar! Esses precisam de Escolas de Pais! Que aprendam a sê-lo, já que senhores Psi...aí vai livro SÓ AMOR NÃO BASTA ! É que eu não posso dizê-lo a alguns, porque bye bye profissão, mas que me causam urticaria, causam!



E então quando se procura desculpar estes Pais com o Tempo, o Tempo!? Gaiteiros, Mentirosos! O amor, a ternura dum Pai ou de uma Mãe pode manifestar-se no segundo de um silêncio, de uma festa, de um beijo, de um “ Então o teu dia”? Mas não, as “bejecas”, o clube, as férias, os amigalhaços, a lide da casa, a querida TV , isso mais importante do que eles! Nada que em telelé não compre, nada que umas Vans ou Converse, ou uns euritos, ou uma concertozinho da banda apetecida não remedeie! Desertos afectivos alguns Pais! Querem o quê, filhos-ilhas tropicais?



Pois é, inconveniente, reaccionário, blasé que estou hoje! Eu um Homem de afectos que gosto dos eduquês e me incomodam os anti-eduquês que misturam tudo!


Um Miúdo morreu e isso deve levar mais do que a minha revolta de Pai e Professor, à nossa reflexão em humanidade. Posso estar pessimista, mas não desisto de encontrar soluções para este flagelo. E deixemos-nos de atirar tudo para os CEF, os Gangues, os bairros pobres e periféricos das grandes cidades! Claro que as psicopatias sociais existem aí em barda, mas acreditem no caso do Leandro , eram miúdos de 12 anos, não eram gangue, e se calhar pela idade nem eram do CEF! Os Professores sabem muito bem que muitos “Bullyadores” são jovens da classe média, bem sapatilhados, bem ablusados, e com as costas bem quentes, cobardes quase todos eles e elas, que perante mais uns cm de altura, borram as cuecas todas e podia contar-vos casos engraçados de como “ duas peras” bem assentes na focinheira dos agressores, dadas por outro grupo, ou irmãos da vítima, terminaram com o “assédio” em dois tempos, e os lobos viraram cordeiros mansos!



Já agora para que conste e para que se choquem: Tenho 3 Filhos, uma já na Faculdade, um no 10º e uma no 3ºAno: se qualquer deles fizesse o papel de agressor, de ave de rapina sobre algum colega, bullying, o que fazia? Punha-lhe a cara como estátua da Ilha da Páscoa!
Numa conta de multiplicar simples: 3 palmadas e uma “lapada” (como se diz no Porto)”por cada, igual a doze! Olha para eles todos traumatizados! Já estou a ver o choque o horror, (Albarran) na cara de alguns ! E podem crer que iriam a vossa casa e não saltariam para os sofás, não meteriam carrinhos na entrada do VHS (pré-história), não destruiriam telefones, não vos fariam transpirar suores frios, não gritariam histericamente, e sairiam da mesa quando eu ou a mãe deixasse! Tive sorte! Pois é corações: como na família Prudêncio: Plante que o João Garante! Eu plantei! Mas...também já vinha de boa cepa! Dos meus queridos Pais!



Sabem o que me preocupa: é que isto possa levar a uma violência infinda e que um dia, os agressores passam a vítimas de um pai, ou familiar mais tresloucado e desesperado pelas cobardias escolares e sociais com que se encara este problema. Rezo para que não!



Já agora, tenho duas turmas CEF e no tema da Responsabilidade, Autoridade, isto é discutido, analisado, claro que adaptado à miudagem. Grande ajuda o filme que citei, mas também o “Apanhas-me se Puderes” ou o Treinador Carter”, ou um Toda a verdade que gravei da SIC, sobre determinada juventude espanhola “ Geração Chaveiro”.


E pronto! Estou mais calmo! Mas os CEF, vão levar dossiês de jornais e 20m de mesa redonda, ai não se não vão com este caso!

7 comentários:

Sara Oliveira disse...

Muito oportuno! O seu texto diz tudo sobre o tema.
Obrigada pelos títulos dos filmes.

Raul Martins disse...

Já tinha lido este teu poste há uns dias atrás. Li, hoje voltei a reler... Há muito aqui para reflectir e fazer reflectir toda a comunidade educativa.
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Ontem, ouvi um dos participantes od Festival da Canção, nõa me lembro do nome, ao responder àquelas questões que lhes são colocadas para apresentação, disse: "Se a tua luz não te ilumina, não apagues a minha..."
E lembrei-me do Luciano... Infelizmente é o que acontece com muitos jovens... A violência não é mais do que descarregar nos outros o que de mal vai em alguns joven... Não têm é o direito, se são infelizes, de fazer os outros infelizes... De apagar a luz na vida dos outros.
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Caro EI, obrigado por mais este texto que te sai do corpo com todo o vigor e sentimento.

Raul Martins disse...

Arlindo, fiz enlace para o meu "mundo" e para o meu "face". Espero que não te importes.
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Carpe diem!

IC disse...

É assim mesmo que se fala, é assim mesmo que é preciso falar, escrever, gritar! Bem haja por este texto, caro EI. Por favor tente que um jornal o aceite e publique.

rui miguel duarte disse...

Muito bom. De acordo. Como professor que fui e pai que sou. Subscrevo.

Anônimo disse...

Amei o seu texto de Alma.Não me admiraria nada de escrever um semelhante mas agradeço ter-me poupado o desgaste emocional que este assunto me faz.É que é mesmo isso...

Unknown disse...

Sinceramente, os miúdos que sofrem de bullying se ganhassem coragem e lhes espetassem um soco na cara, de certeza que isso acabava.

Na minha opinião, os "bullys" são miúdos severamente perturbados e mimados.

Em relação aos filmes, são muitos bons, já os vi, quando era do CEF. Podiam passar muitas vezes na TV, visto que só raramente dá algo de jeito.

Óptimo texto, o melhor que já vi sobre o assunto.