quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Balada de Amor...de um Homem Cansado

Sem forças… Só agora e de há vários dias para trás duas horas de sossego…
A Minha música e a sua penetração nos meus interstícios d’Alma… Minha companheira fiel de nuca abandono!
E todavia…Tristeza irremediável, rochosa, sem fim!

Há dias praticamente sem vocês TODOS! De soslaio, fugidiamente, quase nas esquinas de tempo e disponibilidade, como ladrão afectivo, Pai a fingir sê-lo, Marido de faz-de-conta tendo outra…E quando parece que sim o meu mau humor o meu fel -azedume do meu não ter culpa no vosso não terem culpa!

Mas…uma escola rarefeita de vida, de sonho, de fantasia, de criatividade, de se ser em humanidade, uma escola - floresta de araras, papagaios, catatuas, alguns répteis e ratazanas, obriga-me a ser aventureiro de coisa nenhuma, explorador de nadas burocráticos, de horas infindas, de “fraldiqueirice” militante; uma escola de não alunos, decretada à medida, amedrontada e temerosa por portaria e despacho pouco despachada, que me esgota, esvazia, deprime de não – satisfaz nada nos meus critérios de ser Professor -Educador daquilo que verdadeiramente interessa! Negativa absoluta para esta Escola decretada por cima e bovina e ruminantemente aceite por baixo, por uma classe docente que adora pastar papelada, empanturrar-se de erva legal, onde deveria pastar em largos e verdejantes prados, nem que fosse o da autonomia! Mas não…adoram…até ao matadouro final da sua infelicidade, ou do seu “ burn-out”!
E como ela gosta de bradar mugidos para o ar, lançar impropérios ao vento, que por acaso os leva na aragem do tempo! Por vezes quando os ouço, sempre o “ IS THERE ANYBODY OUT THERE?”

Farto até à medula!

E sem VOCÊS! Sem sentir que estão ali mesmo ao lado! Aspirar-vos o cheiro presente, sentir as vossas vibrações, tactear do olhar como preferirem! Ouvir-vos mesmo no silêncio de mim no vosso silêncio! Olhar-vos de soslaio, de frente, ou de dentro de mim para o dentro de vós!

Nestes dias, mais do que nunca, a noção que pouco mais conta do que VOCÊS! Estais entranhados em mim como raiz de videira! Emaranhado celular único! Cancrozinho que se entranhou e alastra até não sei onde! Amor raio de doença que me vai consumindo, sem quimioterapia possível a não ser o “Amorterapia”!

Esgotado, mas sempre VOCÊS, os meus portos de abrigo! O meu SOS velhice, o meu albergue diurno ou nocturno de me recolher de borla à felicidade!

A minha “acelera-e vai em frente” , a minha lancha salva – vidas, a minha estrela do norte que não me larga, porque algo dentro de mim não a quer largar! Aquela que acelera, nunca travando naquilo que importa, naquilo que conta, arranhando, amassando, partindo vidraria da viatura que tomamos de assalto sem carta de condução vai para dezoito anos! “Sempre em frente na idade, na vida, no Amor” o seu e o meu lema, que garagens e mecânicos há muitos, mas famílias e a ternura de as ter há poucas!
A minha T-AMOR PÉ LIGEIRO NO ACELERADOR!

E falta também da minha “caçoninha” dos seus interiores porquês, a que ninguém responde, seja “chinês” ou dinamarquês” !A minha espinhozinha, cujas erupções cutâneas não são nada, comparadas com os enredos espinhados que vou sentindo na sua alma, nos seus segredos, dúvidas, angústias, que Ela tenta disfarçar tão bem…mal! Horizontes longínquos que procura semicerrando os olhos, mas que teimam em lhe fugir ou enevoar-se! Um pouco naufraga em ilhas de não sabe bem onde! À espera da luz, de um farol que lhe ilumine o sonho , a vontade! E eu, pai babado d’Ela , vou "cinicozinho" ficando feliz com a a sua confusão, o seu desconserto - conserto, a sua alma biorritmica ! Prepara-te Sacaninha-Mundo…Que Grande Mulher te vai fazer frente!

E Saudades d’Ele, o meu cabeludinho, o meu puto giro, por vezes armado em “bigodaça-d’aço” quando o sei sensível como haste de flor! Ali, menino todo do mundo em sensibilidade branco e negro! Olhar terno, sensível-pequenino para as particularidades, texturas, nós das coisas e objectos! Olho clínico d’Alma é o que é o meu Puto! Bom como o “caraças” ser o outro “men” da família! Cada pelito no bigode ( pode ser noutro local!) um foguete na minha festa - alegria de ser o MEU FILHO! Começa a falar para dentro, criando o seu guião interior de crescimento , o seu filme interior, deixando-nos a nós suspensos do que d’ali vai sair! Puto “Hitchcockiano”! E depois os teus pesadelos nocturnos, o teu chamar por mim, “PAI:::AI:::AI:::AI”, voz de eco em desfiladeiro, a sede do sozinho, e eu vou, com um beijo, bússola de orientação, cantil de água fresca, para te acalmar, dessedentar o teu medo e receios e por vezes, sais do medo, murmuras um ensonado” “Hum” e sorris, voltando ao teu sonho, talvez com miúdas, que elas por vezes metem medo! Adoro-te “Babo” da minha vida, porque o “presente” que me deste na primeira vez que te peguei, significa que marcaste território para sempre no teu Ser para o teu “Velhote” ! Vais ser HOMEM-GENTE!

E a minha E, nestes dias só a espaços! Um Tesouro d’arca fechada para mim! Tem estado sol, mas não a ver rir, dançar, abraçar-me é haver chuva e nuvens cá dentro! A mãozinha d’Ela na minha é uma transfusão de vida! Nem preciso de mais! Tenho estado pouco na sua surpresa de estudante, nas suas angústias de não fazer bem, não lhe tenho dado palmas e tenho-me portado como os caracóis da história – lento, pai lento, cansado, acomodado, atarantadinho e palerma quanto ao essencial e o acessório! Alguém deita fora um tesouro? Alguém desperdiça o sol-sorriso radiante do astrozinho saltitante “ELISOL” ?

GANHA JUÍZO e Vê se passas depressa da assinatura





Para a mais carinhosa


2 comentários:

Raul Martins disse...

Descanse amigo trovador
Mas só por instantes:
Que ao romper da alva
Queremos ouvir outra balada.

Descansa amigo trovador
Mas só por instantes:
Ainda que rouca esteja a tua voz
Já aprendemos a escutar-te no teu silêncio
Que encanta mesmo sem palavras
E contigo cantaremos nós.

Descansa amigo trovador
Mas só por instantes,
Porque vem ai nova alvorada:
E juntos não deixaremos de cantar
A escola do sonho e da fantasia
Da criatividade e da alegria
A escola que aprendemos a amar.

Descansa amigo trovador
Mas só por uma jornada:
Há muitas lutas pela frente
E parece ser longa a caminhada!

Raul Martins disse...

rectificada!

Descanse amigo trovador
Mas só por instantes:
Que ao romper da alva
Queremos ouvir outra balada.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por instantes:
Ainda que rouca a tua voz
Já aprendemos a escutar-te no teu silêncio
Que encanta mesmo sem palavras
E contigo cantaremos nós.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por instantes,
E breves,
Porque vem ai nova alvorada.

Descansa amigo trovador
Mas só
Só por uma jornada:
Há muitas lutas pela frente
-numa batalha desigual-
E parece ser longa a caminhada!

Continua, depois do descanso, a tua balada...
E contigo, vou eu, vamos nós, esses TEUS TODOS,
Com entusiasmo
Afora, sem medo, pela estrada.