domingo, 6 de setembro de 2009

POLÍTICA III


Ainda do Poeta citado, e mesmo escandalizando as crentes almas partidárias, o que em grande medida penso da política portuguesa e de uma boa parte dos políticos portugueses:

“Não confio nos políticos. Deviam ocupar-se dos mitos (onde se integram as aspirações profundas dos humanos) e contentam-se com os ritos. Deviam preocupar-se com a liberdade e com o destino das pessoas e das comunidades e apenas investem no bem e nos bens próprios e das suas famílias. Deviam defender ideias e defendem pontos de vista. Deviam afastar-se do dogmático e dos tabus e dos fanatismos e é neles que, em nome do simplismo das maiorias, se atolam. Deviam ser sábios, tratando do equilíbrio entre o Bem e o Mal, entre a Verdade e a Mentira, e não passam de crianças maniqueístas que dividem os outros entre fadas boas e lobos maus. Prometem a salvação em troca do voto e o que fazem é salvar-se com o voto quase sempre roubado, angariado por via da mentira de imagens que não passam de miragens. Talvez abra algumas excepções, mas sei que, fazendo-o, estou a abrir uma caixa onde se metem todos os que por acaso me leiam. Que todos eles, por mais primários e vetustos que sejam, se julgam detentores da justiça e da bondade.

Apetece-me citar Marco Aurélio: "Ninguém possa dizer de ti com verdade que não és um homem recto, um homem de bem; mas faz que seja um mentiroso o que tiver de ti tal opinião. Depende inteiramente de ti. Pois quem é que te impede de ser homem recto e bom? Só tens que prometer não querer viver, se não fores tal homem, porque a razão não exige que vivas, se o não fores."




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